Rompimento é consequência de desgastes após áudios sexistas de Arthur do Val. MBL busca agora um novo partido para chamar de seu.
por Julia Melo, Sara Goldschmidt em 17/03/22 12:21
Foto publicada por Sergio Moro, pré-candidato à presidência pelo Podemos com o deputado estadual Arthur do Val, então pré-candidato do partido ao governo de São Paulo. Foto: Reprodução (Instagram @sf_moro)
Após 50 dias de aliança, o MBL, Movimento Brasil Livre, anunciou na quarta-feira (16) o rompimento com o partido Podemos. O grupo confirmou que continua no apoio à candidatura do ex-juiz Sergio Moro na disputa pela presidência, mas agora procura outra sigla para filiar seus integrantes.
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As conversas estão entre o União Brasil, que já tem o deputado federal Kim Kataguiri, o Patriota e o Cidadania. A separação é mais uma consequência dos áudios sexistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), o youtuber “Mamãe Falei”. Integrante do MBL – hoje afastado – Do Val era o pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Podemos e retirou seu nome do páreo após a repercussão das mensagens em que objetificou refugiadas ucranianas.
Como alternativa para disputar o governo paulista, o MBL sugeriu para o Podemos o vereador de São Paulo Rubinho Nunes, já filiado ao partido. A sigla não acatou a sugestão, o que reforçou o apoio de integrantes do Podemos em São Paulo à candidatura de Rodrigo Garcia, do PSDB. Sergio Moro ventila agora a possibilidade da presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP).
No Dia Internacional da Mulher, parabenizo a Deputada Renata Abreu, Presidente do Podemos (@RenataAbreu1919). Precisamos de mais mulheres em posições de liderança do País. Quem sabe no Governo de SP? pic.twitter.com/qwzlUKVNqo
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 8, 2022
O MBL também ficou descontente com o processo de expulsão de Artur do Val do partido e as críticas de mandatários do Podemos ao “Mamãe Falei”.
No dia 26 de janeiro aconteceu uma cerimônia que marcou a filiação dos membros do MBL ao Podemos. A aliança deu a Sergio Moro um palanque completo em São Paulo – candidatos ao governo, às Câmaras federal e estadual e ao Senado. O ex-ministro também estava aproveitando para aprender mais sobre comunicação com o MBL, que é muito forte nas ações digitais.
Apesar da cerimônia simbólica de filiação, nem todos os membros do MBL se filiaram imediatamente. Kim Kataguiri continuou no União Brasil – antigo DEM – e deve permanecer até saber qual será a nova casa do grupo.
Já os que se filiaram ao Podemos devem pedir a saída nos próximos dias. São eles: Rubinho Nunes e Adelaide Oliveira, até então pré-candidatos à Câmara, e Amanda Vettorazzo, Cristiano Beraldo, Guto Zacarias e Renato Batista, que tinham a previsão de entrar na corrida para deputado estadual.
O deputado estadual de São Paulo Heni Ozi Cukier, conhecido como Professor HOC, deve concorrer ao senado pelo Podemos. Ele tem uma ligação com o MBL, mas segundo a Folha de S. Paulo, negou ser oficialmente do movimento, então a desfiliação não foi anunciada.
Na segunda-feira (14), Moro disse durante um evento em São Paulo que a aliança com o MBL estava firme e forte. E que os boatos sobre o rompimento de sua candidatura com o movimento não eram verdadeiros.
As especulações sobre a ruptura surgiram após o ex-juiz fazer uma publicação no Twitter criticando os áudios de Arthur do Val. Na ocasião, ele escreveu que jamais dividiria o seu palanque e apoiaria pessoas com esse tipo de opinião e comportamento.
O compartilhamento de mensagens em um grupo de WhatsApp de deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo também contribuíram para reforçar a teoria da ruptura. Declarações enviadas por um suposto integrante do MBL falavam em boicote do movimento à candidatura de Moro, por conta das críticas a Arthur do Val.
Rubinho Nunes, que também é advogado do MBL, desmentiu a informação. Ao Correio Braziliense, o vereador disse que as supostas mensagens não faziam sentido porque integrantes do movimento não participam de chats com deputados, e que o MBL seguia firme no projeto da candidatura de Sergio Moro e pela construção da terceira via.
Quanto à declaração de Moro de que sua aliança com o MBL continua firme e forte, auxiliares do ex-ministro avaliam que o movimento pouco contribuiu com a campanha de Moro até agora. Pelo contrário: só trouxe crises. A informação é do jornal O Globo.
Além da declaração sexista de Arthur do Val, de que as ucranianas são “fáceis porque são pobres”, Moro precisou defender o deputado Kim Kataguiri da fala de que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo.
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