Expectativa é de que Coronavac seja distribuída para todos os Estados em até 48h após liberação da Anvisa
por Hermínio Bernardo em 10/01/21 17:08
O governo federal incorporou todas as doses da Coronavac no Plano Nacional de Imunização. O imunizante é desenvolvido em parceria pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac. A informação foi confirmada pelo diretor-geral do Butantan, Dimas Covas.
O diretor-geral também afirmou que a expectativa é de que a distribuição da vacina comece de 24 a 48 horas depois da liberação de uso emergencial da Coronavac pela Anvisa.
“No momento, o Butantan tem 6 milhões de doses e serão incorporadas pelo ministério, a medida que houver liberação do uso emergencial. Essas vacinas serão distribuídas por todos os estados de forma proporcional, obedecendo critérios demográficos e número de pessoas nas faixas de risco. Todos os estados serão atendidos. Com essas e mais 2 milhões vindo pela FioCruz. Teremos em janeiro 8 milhões de doses para iniciar a campanha de vacinação”, afirmou Dimas Covas.
Na última quinta-feira (7), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou que o governo federal compraria 100 milhões de doses da Coronavac, sendo 46 milhões entregues até abril.
O pedido de uso emergencial foi feito na sexta-feira (8). A Anvisa deve concluir a análise em até dez dias.
Em entrevista ao MyNews, o médico infectologista, ex-ministro da saúde e deputado federal Alexandre Padilha, criticou a atuação do governo federal durante a pandemia.
“Estamos muito atrasados, o Brasil está na rabeira, o que é assustador. Enquanto a gente está discutindo a autorização emergencial da vacina, outros países estão contando quantas pessoas já se vacinaram. E o mais assustador é que o Brasil sempre foi um líder global na vacinação”, declarou Padilha.
O deputado e ex-ministro também afirmou que o país errou ao não fechar contratos com mais de um laboratório. O governo federal tem acordo apenas para a vacina produzida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca.
“O governo errou porque para vacinar uma população como o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, só tem uma forma: você tem de incorporar todas as vacinas que se mostrem eficazes e seguras. Nós fizemos isso com o H1N1 e o Brasil foi campeão de vacinação. Então, você precisa ter várias vacinas para compor o esquema de vacinação. Nas áreas remotas, onde é difícil manter a refrigeração, você pode utilizar determinada vacina. Já nos centros urbanos ou próximo de hospitais, poderia usar uma que tenha regras de refrigeração diferente. Você deve usar todas para compor um plano de vacinação o mais amplo possível. E esse é o principal erro do governo federal”.
Padilha também ressalta o atraso para a divulgação do plano nacional de vacinação e afirma que toda a população brasileira deve ser vacinada em 2021.
“É inadmissível qualquer plano de vacinação que não garanta a vacinação para toda a população neste ano. O ideal seria fazer isso até começar o inverno. Pelo menos, até o inverno, vacinar todos os grupos prioritários, o que dá entre 50 e 70 milhões de pessoas no Brasil, e depois ir vacinando toda a população”, avalia o ex-ministro.
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