A especialista em comunicação e imagem fala dos fatores que podem ter feito os índices baterem mais esse recorde
por Luciana Tortorello em 09/07/21 18:56
A jornalista, escritora, consultora em comunicação e imagem Olga Curado analisa a CPI como uma dos principais pontos de a rejeição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter batido mais um recorde em pesquisa publicada pelo Instituto Datafolha, na última quinta-feira (08).
A pesquisa mostra que a reprovação ao governo Bolsonaro passou de 45% para 51% de pessoas que consideram a gestão ruim/péssima, 24% acham que o governo é bom/ótimo e a mesma porcentagem aparece para quem acha o governo regular. Apenas 1% das pessoas que participaram das pesquisas falaram que não sabem o que opinar sobre o governo.
“O resultado da pesquisa, o número reflete o conjunto da obra. Naturalmente a gente vê uma mudança nos números desde quando a CPI foi instalada e começou a ficar mais visível para população aquilo que era percebido por grande parte da imprensa, que é a má gestão no enfrentamento à pandemia. Evidentemente, quando um Presidente da República usa um espaço de comunicação pública para usar termos de baixo calão ou usando vocabulário escatológico, ele está confirmando os achados da pesquisa, também em relação à qualidades percebidas nele pela população, então a imagem ela só existe quando há visibilidade e a visibilidade ela produz julgamentos, percepções”, relata Olga Curado ao MyNews.
Em sua live semanal, sobre o caso da Covaxin, o presidente Bolsonaro disse que não irá responder ofício da Comissão; “caguei para a CPI”, essas foram as palavras do Presidente da República. A especialista em comunicação e imagem diz que isso mostra elementos do emocional do chefe do executivo. “Identificaram no presidente algumas qualidades que não são exatamente aqueles atributos que qualificam uma pessoa para exercer uma posição de mando, a cadeira da presidência da república, claro que quando você vê uma resposta dada como essa você percebe ali um outro elemento, um elemento emocional de descontrole, de irritação, de raiva”.
Junto com a pesquisa de aprovação do governo, veio também uma pesquisa do como as pessoas classificam Bolsonaro. As respostas mostram que maioria o considera despreparado, desonesto, indeciso, incompetente e pouco inteligente.
Olga Curado explica que a estrutura da imagem é resultado de três dimensões do indivíduo, o tripé da imagem. Esse tripé é composto pelo aspecto ético e moral, a capacidade de realização que também pode ser chamada de gestão e a habilidade relacional. Segundo ela, esses três atributos estão interligados e quando o primeiro pilar começa a se mostrar frágil, os outros acabam enfraquecendo também.
“A gente precisa lembrar o seguinte, que o Bolsonaro foi eleito, considerando o tripé da imagem, a partir de uma percepção de valor, que seria honesto porque era o combatente da corrupção. Esse pilar da imagem começa a se correr, começa a contaminar os outros”, explica a especialista em comunicação e imagem.
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