Ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto avalia que fechamento do comércio é o único caminho possível para deter a pandemia
por Thales Schmidt em 06/03/21 15:46
Diante do “desastre sanitário” inédito na história do Brasil causado pela covid-19, o médico sanitarista Gonçalo Vecina Neto pergunta se será necessário levar a população para “ver defunto” em necrotérios para que a situação seja entendida e aponta caminhos para enfrentar a pandemia.
Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vecina criticou em entrevista ao Almoço do MyNews o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Com a superlotação de leitos na cidade, e em todo o estado de Santa Catarina, o prefeito afirmou à Jovem Pan que o fechamento do comércio não vai “salvar quem está na UTI”.
“Como que faz para diminuir o número de mortes? Tem que diminuir o número de casos. Como diminui o número de casos? Evitando contato, então não tem jeito. Infelizmente, o lockdown é necessário neste momento, neste desastre sanitário que o Brasil está vivendo. Nós estamos tendo dois problemas em conversar com a sociedade. Um [deles é] explicar para a sociedade que estamos vivendo uma catástrofe sanitária como nós nunca vivemos. O que será que precisa fazer? Levar a população para visitar necrotério? Ver defunto para entender que está morrendo um monte de gente?”, sentencia o professor da USP.
Vecina reconhece que o lockdown é a única maneira de diminuir as mortes e que o fechamento do comércio atinge “pesadamente” a economia, mas afirma não haver saída na atual conjuntura. “Vender ou morrer? Essa é a questão. Neste momento é hora de preservar vidas e depois vamos ver o que vamos fazer pra salvar a economia.”
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