Presidenciável do PDT revela conversa com leque de economistas e diz que teto de gastos é “loucura” sem precedentes
por Redação em 17/05/21 18:00
Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (17), Ciro Gomes (PDT) faz duras críticas ao ex-presidente Lula (PT), defende uma aliança de centro-esquerda para 2022 e diz que o teto de gastos é uma “loucura feita em cima da pernas por uma elite que não entende nada.”
O político do PDT afirma que estão aumentando as chances de ser o nome que desafiará Lula em um segundo turno nas próximas eleições e que está propondo uma aliança ao DEM. Para Ciro, Jair Bolsonaro (sem partido) não deve chegar ao segundo turno e o centrão deve abandonar o presidente.
“O que precisamos é de uma aliança de centro-esquerda. Precisamos recuperar o Estado e sua capacidade de investir, de planejar, coordenar. A minha proposta de reforma tributária você pode chamar de esquerda mas está em linha com as melhores práticas internacionais. Só o Brasil e a Estônia não cobram lucros e dividendos. Nos Estados Unidos, epicentro do capitalismo global, o imposto sobre as grandes heranças tem alíquota de 29%. No Brasil é 4%. Isso é esquerda?”, diz Ciro.
O presidenciável também diz que Lula busca “retomar o poder” e avalia que o “lulopetismo” foi responsável por arrebentar as contas públicas brasileiras. “Quem vai ter que se explicar agora é o Lula porque vou para cima dele. “Vamos derrotar Bolsonaro e vou propor mudança. Lula é parte central da corrupção. Lula é o maior corruptor da história moderna brasileira. E não aprendeu nada. Fica na lambança, prometendo a volta de um passado idílico que é mentira”, avalia.
Na área econômica, Ciro diz que sua equipe é liderada por Nelson Marconi, Mauro Benevides Filho e Paulo Rabello de Castro. Ele também diz ter conversas regulares com Bresser Pereira, Delfim Netto, Luiz Gonzaga Belluzzo e, com menos frequência, com André Lara Rezende, Pérsio Arida e Armínio Fraga.
Para Ciro, o teto de gastos deve ser revogado.
“O ‘barata voa’ já está acontecendo. Bolsonaro acabou de fazer uma portaria arrebentando o teto de gastos, não só do governo federal, mas dos Estados. O orçamento de guerra é uma ficção contábil. A emenda da austeridade é outra ficção contábil.E teto de gastos foi para o beleléu no primeiro ano porque nunca foi praticável. Qual a literatura que sustenta, qual precedente que sustenta? Teto de gastos é aberração. Pode estabelecer com lei complementar, uma resolução do Senado que limite a dívida. Onde é que já se viu criar teto para 20 anos? As despesas obrigatórias estão crescendo 9% acima da inflação no governo Bolsonaro. O teto de gastos vai para onde? Para deprimir a taxa de investimento a zero. Isso tem um ‘trade off’ que acaba com a economia do país. Para manter a infraestrutura precisa gastar 2,5% do PIB, mas gastamos 0,75% com tudo. Tem que reconstitucionalizar o país e acabar com essa loucura, feita em cima da pernas por uma elite que não entende nada”, afirma Ciro ao Valor.
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