Brasil pode virar ‘patinho feio’ na questão da vacina, aponta economista Cenário para 2021

Brasil pode virar ‘patinho feio’ na questão da vacina, aponta economista


Bandeira do Brasil rasgada em Brasília
Bandeira nacional rasgada na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
(Foto: Lula Marques/Fotos Públicas)

O ano de 2021 começa globalmente sob signo da pandemia de Covid-19 e na expectativa sobre os impactos da vacinação sobre as populações. E enquanto dezenas de países já iniciaram seus processos de imunização, o Brasil ainda vive incertezas quanto ao processo.

A essa incerteza se somam ainda as questões fiscais e econômicas que ficaram pendentes de 2020, como a não votação de reformas — como a tributária e administrativa — e o fim de programas de estímulo econômico, como o auxílio emergencial.

“Iniciamos o ano sem decisões fiscais importantes e ainda com essa questão de recrudescimento da pandemia e sem a questão das vacinas. A gente não tem nada muito palpável”, aponta Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest, em participação no Morning Call desta segunda-feira (4).

Tal indefinição, de acordo com a economista, joga contra o Brasil, que se coloca em uma posição pouco favorável a aproveitar a liquidez disponível atualmente no mercado.

“Aos olhos de mercado, o que pode acontecer é o Brasil se tornar o patinho feio dessa história. Se a gente continuar nesse impasse, o que deve acontecer é a gente continuar no final da fila para receber esse tipo de investimento”.

Consorte chama a atenção ainda para a indefinição quanto à agenda fiscal brasileira. Segundo ela, o mercado aguarda a retomada do direcionamento que havia sido dado em 2019 com a reforma da Previdência, e que ficou de lado em razão das medidas de resposta à pandemia.

Caso esse foco não seja retomado, a economista vê o caráter de “patinho feio” na economia se reforçar perante os investidores.

“Se o Brasil não tiver uma história boa para contar, isso vai acabar afetando os fluxos de investimento para Brasil”, resume.

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