Manoel Pires afirma que falta de dados deixa o Brasil sem ferramenta “extremamente importante”
por Fernanda Oening em 23/04/21 21:04
O cancelamento do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por decisão do Ministério da Economia terá impacto nas políticas públicas e mostra uma distância entre as prioridades do Orçamento Federal e as prioridades da sociedade, afirma o coordenador do Observatório de Política Fiscal do Fundação Getúlio Vargas (FGV) Manoel Pires.
O pesquisador diz que a falta da pesquisa implica em perda de qualidade das políticas sociais e de informações em campos como emprego e renda. Pires também destaca que o Fundo De Participação dos Municípios, o FPM, uma das principais fontes de receitas das prefeituras, é calculado com base em informações do Censo e a última edição da pesquisa ocorreu em 2010.
“O Censo é um instrumento importante de planejamento governamental, uma pesquisa feita de 10 em 10 anos desde a época do Império. Não ter Censo é uma notícia muito negativa”, analisa Manoel.
O Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que o Censo não será realizado por falto de recursos. Em março, Susana Guerra, até então presidente do IBGE, deixou o cargo após a pesquisa perder 95% de seu orçamento. O novo presidente do IBGE foi escolhido por Paulo Guedes e será o pesquisador Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto.
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