Economia

O MERCADO DO FUTEBOL

Pela primeira vez, Brasil perde a liderança no mercado mundial da bola

Mesmo mantendo o maior número global de transferências, brasileiros veem franceses mais valorizados no futebol

por Jamil Chade em 14/01/22 14:24

Ano após ano, por mais que as incertezas econômicas pesassem sobre o destino do país, havia uma certeza: o país lideraria em pelo menos um mercado, o mercado mundial da bola. Sócrates, Zico, Falcão, Careca, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Neymar fizeram parte de um êxodo que, ao longo das últimas décadas marcadas pela globalização do futebol, colocou milhares de brasileiros em clubes pelo mundo.

Mas, segundo um levantamento publicado nesta semana pela Fifa, 2021 presenciou algo inédito e uma reviravolta na geografía do futebol. Pela primeira vez, não são mais os jogadores de nacionalidade brasileira que lideram o total gasto por clubes no mercado de transferências. A nova posição de número 1 é da França, a atual campeã do mundo.

No total, times investiram em 2021 mais de US$ 643 milhões em jogadores franceses. No caso brasileiro, o valor foi de apenas US$ 468 milhões, seguido pelos espanhóis (US$ 307 milhões). De acordo com a Fifa, a perda da posição de liderança é resultado de três anos de queda no valor pago no mercado internacional por jogadores nacionais. Em 2018, por exemplo, clubes destinaram mais de 1,2 bilhão de dólares com atletas brasileiros.

Apesar de ter sido desbancado pela França, os dados revelam que os brasileiros continuam a ser os jogadores mais comercializados do mundo. No ano, foram 1,7 mil transferências envolvendo brasileiros, tanto na exportação de craques do país para o exterior como na transação entre clubes estrangeiros.
Os números superam de forma clara o restante do mundo. Na segunda posição estão os argentinos, com 896 transferências no ano, seguidos pelos ingleses, com 837. A França, líder na questão financeira, aparece apenas na quarta posição, com 772 jogadores. Na prática, isso significa que os jogadores franceses estão mais valorizados e acabam pesando de forma importante no mercado global.

Com a lista divulgada da FIFA, brasileiros ocupam segundo lugar nas transferências mundiais. Foto: Pixabay

Em 2021, 820 jogadores que atuavam por clubes nacionais foram vendidos ao exterior. No mesmo ano, 784 atletas chegaram ao país. Isso inclui tanto os brasileiros que retornaram do exterior como estrangeiros que foram atuar por clubes nacionais.

Analistas próximos às entidades internacionais do esporte indicam que, por diferentes motivos, o Brasil não se aproveitou de dois mega-eventos no país – Copa em 2014 e Olimpíada em 2016 – para ampliar o valor agregado de seus atletas. Diante dos 20 anos sem um título mundial e com clubes europeus atropelando os times brasileiros, o país vive uma desvalorização de um de seus maiores ativos.

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