Milhões de brasileiros passam fome enquanto os preços disparam
por Hermínio Bernardo em 28/08/21 11:45
Mais de 10 milhões de brasileiros passam fome. Houve um aumento 3 milhões de pessoas em cinco anos. Dados do IBGE apontam que as famílias sem acesso à alimentação básica regular teriam que usar 85% a mais do que efetivamente gastam para comprar alimentos.
E o número de pessoas com fome certamente é maior. Isso porque a pesquisa do IBGE considera apenas pessoas com residência fixa, ou seja, exclui pessoas em situação de rua.
Do início da pandemia pra cá (só pra constar, a pandemia não acabou), a inflação disparou junto com o desemprego no Brasil.
São quase 15 milhões de brasileiros desempregados. O nível de ocupação caiu para 48,9%. Portanto, menos da metade da população que poderia trabalhar tem emprego. Já o nível de ocupação ficou em 48,9%. O IBGE destacou que este indicador está abaixo de 50% desde o trimestre terminado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no mercado de trabalho. Além disso, quase 35 milhões trabalham na informalidade.
O número de desempregados não inclui os 5,7 milhões de desalentados, pessoas que simplesmente desistiram de procurar emprego.
Com este cenário, a inflação acumulada nos últimos 12 meses está perto de 9%. O preço da carne subiu 34%, do arroz 40%, frango 20% e o óleo de soja 84%. Todos itens básicos para a alimentação. A cesta básica já custa mais da metade do valor do salário mínimo, de acordo com o Dieese.
Sem falar do aumento de outros elementos que influenciam no preço dos alimentos, como os combustíveis que subiram mais de 40% e a energia elétrica que disparou e aumentará ainda mais em setembro. A inflação acaba sendo mais impactante na renda das pessoas mais pobres.
Para o presidente Jair Bolsonaro, é “idiota” quem diz que precisa comprar feijão. Para o presidente, “tem que todo mundo comprar fuzil”. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o preço na energia vai aumentar e “não adianta ficar sentado chorando”. A declaração foi feita após Guedes questionar qual seria o problema de “a energia vai ficar um pouco mais cara”.
O problema é a sobrevivência e a população precisa comer para sobreviver.
Um dos maiores exemplos a literatura está na obra “Vidas Secas”. O romance de Graciliano Ramos conta a história de uma família de retirantes nordestinos que fogem da seca. Quem leu, certamente não se esquece da cachorra baleia e de Fabiano, que se vê como um bicho.
“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra.”
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