Responsabilização por efeitos adversos vai pautar governadores sobre vacina russa

Responsabilização por efeitos adversos vai pautar governadores sobre vacina russa


Governadores que apostam na Sputnik V para acelerar a vacinação nos seus estados se reúnem na manhã desta terça-feira (26) para decidir como reagir ao veto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao imunizante russo. Por unanimidade, diretores da Anvisa negaram o aval à importação alegando haver incertezas com relação à eficácia, qualidade e segurança. Essas incertezas e o risco de se responsabilizarem sozinhos por efeitos adversos da vacina vão balizar a decisão que gestores locais tomarão nesta terça.

Vacina russa contra a covid-19 Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Gamaleya, em Moscou.
Vacina russa contra a covid-19 Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Gamaleya, em Moscou. Foto: Tim Reckmann (Reprodução).

A avaliação de alguns desses governadores e de seus secretários de Saúde é que qualquer reação após a aplicação da vacina, mesmo que só em uma pessoa, cairá no colo dos gestores locais, o que seria um ônus alto demais. 

Além disso, alguns reconhecem que falta transparência por parte da Rússia com relação aos dados. Técnicos da Anvisa foram ao país para fazer a inspeção e tentar acesso aos dados, mas não conseguiram. As informações utilizadas por países como Argentina e México, que usam o imunizante, não foram consideradas suficientes pela agência brasileira. Diante deste cenário, fica difícil identificar até quais efeitos poderiam estar relacionados ao imunizante ou não.

Ainda assim, uma das opções na mesa é insistir na via judicial e recorrer ao Supremo Tribunal Federal para conseguir a imunização. Há a possibilidade também de cada governador seguir um caminho. As ações protocoladas na Justiça até o momento são individuais.

Relacionados