Em comemoração à data de nascimento de um dos maiores expoentes literários, preparamos uma seleção especial das obras do escritor tcheco
por Vitor Hugo Gonçalves em 03/07/21 15:49
Neste sábado (3), celebra-se 138 do nascimento de Franz Kafka, escritor boêmio de língua alemã, autor de diversos romances e contos, considerado pela crítica como um dos literatos mais influentes do século XX.
Sua obra compreende a alienação e brutalidade humana por intermédio da psique, sendo amplamente capaz de interpretar as angústias sociais e revelar as profusas faces de distintas realidades e concepções.
Utilizando-se de metodologias burocráticas, misticismos e conflitos estruturais, Kafka combina elementos reais com componentes fantásticos, produzindo, assim, narrativas que elucidam a existência humana através de um realismo mágico (corrente a qual o escritor foi precursor).
Apesar da forte expressão dentro e fora do universo literário, o autor não publicou grande número de livros. Além de não concluir nenhum de seus romances maiores, ele queimou cerca de 90% de toda a sua obra literária, na maior durante o período em que viveu em Berlim – o pouco que foi publicado ainda em vida não conquistou a atenção do público.
Com o passar dos anos, no entanto, a genialidade de Kafka foi sendo reconhecida, e já no século XX, devido à expressividade e potência exercida nos textos, o escritor ascendeu à mais alta categoria das críticas literárias.
E para comemorar mais um ano dessa vivacidade atemporal, preparamos uma seleção especial dos principais livros do autor tcheco. Confira:
A Metamorfose
Lançado em 1915, é um dos poucos trabalhos de Franz Kafka publicados em vida. Considerado um dos mais importantes e difundidos textos da literatura, ‘A Metamorfose’ atravessou o século com sua influência.
O romance coloca o leitor diante de um mercador ambulante, mais especificamente um caixeiro-viajante – Gregor Samsa -, que subitamente é metamorfoseado em um enorme inseto. A partir desse arco, a narrativa se apoia em um realismo que, por mais contraditório, associa o inverossímil e o senso de humor à tragicidade grotesca e cruel da condição humana.
O Processo
Publicado pela primeira vez em 1925, o livro apresenta ao leitor o drama de Josef K., ilustre funcionário de uma instituição financeira que, na manhã do seu trigésimo aniversário, é inesperadamente acusado por um crime e detido na sequência, apesar de não ser encarcerado.
A partir desse momento ele passa a ser um suspeito aos olhos da sociedade, sendo reconhecido por todos sob o prisma da desconfiança. Em seu ambiente de trabalho, o desconforto da presença leva K. a iniciar uma verdadeira peregrinação burocrática na tentativa de descobrir por que o acusam.
Sem receber qualquer auxílio, o personagem continua, em vão, na busca por respostas.
O Castelo
Na trama, o agrimensor K., responsável legalmente habilitado para medir, dividir e/ou demarcar terras e propriedades rurais, chega a uma aldeia envolta por neve em busca de abrigo, onde é recebido em clima sombrio.
No dia seguinte, K. se depara com uma aterrorizante colina, na qual, por funções do ofício, precisa atingir o cume. No entanto, o personagem nunca conseguirá chegar até o alto, uma vez que os detentores do poder na região não permitem que ele o faça.
A narrativa se desenrola, então, nas tratativas desse imbróglio, que envolvem um burocrático labirinto intransponível em que se defende a dominação de pensamentos e ações.
Um Artista da Fome
De 1922, a obra traz um compilado de quatro contos e uma novela, narrativas essas consideradas as mais vigorosas e originais escritas por Kafka.
Repletas de vivência, humor e mistério, elas chegam até o leitor com nuances da meditação poética – compreendidas pela crítica como uma forma artística plena. Clássicos como ‘O artista da fome’ e ‘Josefina, a cantora’, bem como ‘Primeira dor’ e ‘Uma mulher pequena’, compõem o livro, e há mais de meio século abarcam do repertório universal de contos contemporâneos, com créditos devidos de obras-primas.
Complementa o volume a novela ‘A construção, densa e sombria’.
Diários
Datado de 1909 a 1923, os ‘Diários’ deflagram não apenas o homem de carne e osso que foi Franz Kafka, como apresentam também o percurso através da mente exuberante.
Das caminhadas por Praga às idas ao teatro, passando pela tempestuosa relação familiar e sua herança religiosa às concepções particulares da Primeira Guerra, a obra oferece uma verdadeira jornada pelo embate pessoal de um homem a procura de si mesmo.
Conflitos psicológicos, subversão de valores e a busca por sonhos delineiam a composição literária que decompõe a existência de um gênio das palavras.
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