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Clubhouse: como funciona e o que esperar do futuro da rede?

Aplicativo de interação por áudio já atraiu nomes como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Oprah Winfrey

por Ítalo Lo Re em 13/03/21 19:59

Twitter, Instagram, Facebook, YouTube, TikTok… Em meio aos já conhecidos nomes das principais redes sociais do mundo, despontou uma novidade ao longo das últimas semanas: Clubhouse. Lançado em abril de 2020 pela Alpha Exploration Co, o aplicativo de interação por áudio passou a ser amplamente comentado no Brasil em 2021.

Ainda em fase beta de testes e disponível apenas para iPhone (iOS), a rede social é tida como a nova moda entre os apps. Prova disso é que o Clubhouse já chamou a atenção de personalidades como Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, e Oprah Winfrey, uma das mais famosas apresentadoras de TV do mundo.

Mas será que o sucesso da rede social vai se manter com o tempo? Para responder não só a essa pergunta, como para explicar como o Clubhouse funciona na prática, o MyNews conversou com a professora da Faculdade Cásper Líbero e pesquisadora em comunicação digital Carolina Terra.

Clubhouse: como funciona e o que esperar do futuro da rede? Foto: Adem AY/Unsplash
Clubhouse: como funciona e o que esperar do futuro da rede? Foto: Adem AY/Unsplash

O que é o Clubhouse?

O Clubhouse é um app de rede social só de áudios. Na prática, a dinâmica de interação na ferramenta se dá por meio de uma série de salas, normalmente com um recorte temático pré-definido, que permitem que os participantes troquem conhecimento e aprendam uns com os outros — contanto que recebam um convite de alguém que já esteja presente na rede.

Como funciona o aplicativo?

Uma das principais condições da rede é que, para criar uma conta no app, além de ter um iPhone, é preciso receber um convite de um contato que já esteja inserido no Clubhouse — o que, em tese, torna o app mais “exclusivo”. O número de convites que cada usuário pode mandar é limitado e o sucesso das salas é bastante condicionado pelos moderadores, que são os usuários que criam as salas e, por consequência, as regras de interação para aquele espaço.

Em meio a isso, cada sala conta com os “speakers”, que são os debatedores do tema proposto, e a audiência — que pode chegar até 5 mil ouvintes interessados em determinado tema. 

O Clubhouse tem atraído usuários do LinkedIn, que, em geral, veem na rede uma oportunidade de fazer networking com desconhecidos e aprender sobre marketing digital, vendas, entre outros assuntos. Ainda assim, o sucesso do aplicativo não se restringe apenas a pessoas que têm interesse em temas relacionados a trabalho. 

Por que o Clubhouse está fazendo tanto sucesso?

Para Carolina Terra, a rede social fez sucesso não só por abarcar discussões comuns no Linkedin, como por permitir que diferentes tribos se conectem em uma rede prática e direta para conversar sobre religião, lazer, entretenimento, entre outros assuntos. 

Além disso, segundo a pesquisadora, são duas as principais explicações do sucesso do Clubhouse:

  • o formato de uma rede social baseada única e exclusivamente em áudio — que permite uma troca de conhecimento ágil e sem edições;
  • e o fato de Elon Musk, CEO da Tesla, ter aderido à plataforma logo no início, o que virou notícia e atraiu a atenção de outros influenciadores.

Em coluna sobre o tema publicada em fevereiro, Mariliz Pereira Jorge atribuiu o sucesso da rede também ao “boom de podcasts”, que já deixou uma quantidade significativa de pessoas preparadas para consumir mídia em áudio. Além, claro, do isolamento social, que expandiu os horizontes da comunicação por áudio.

O Clubhouse é acessível?

As principais críticas em relação ao Clubhouse, além da disponibilidade do app só para iOS, dizem respeito à acessibilidade da rede. 

Por abarcar discussões apenas em áudio, a queixa principal é que o Clubhouse acaba excluindo todas as pessoas que não podem se comunicar dessa forma — seja como falantes ou ouvintes. “Quando você, enquanto plataforma, está oferecendo só uma modalidade de participação, você está excluindo quem não tem essa condição”, destaca Carolina Terra.

Em nota publicada em janeiro, os fundadores do Clubhouse afirmaram que estão trabalhando para tornar o aplicativo mais acessível. Não especificaram, no entanto, as melhorias previstas.

O que esperar do futuro da rede?

Para Carolina Terra, por conta da volatilidade do mercado de redes sociais, é bastante difícil prever se uma rede vai vingar ou não. Ao mesmo tempo, a pesquisadora complementa que, por conta da simplicidade do Clubhouse, é “muito fácil” que grandes plataformas, como Facebook, Instagram e Twitter, consigam absorver o conceito da rede social de áudios.

“Eu vejo que as grandes plataformas têm mais chance de conseguir internalizar esse tipo de funcionalidade do que o Clubhouse ser a próxima rede de sucesso”, diz.

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