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Governo exclui Inpe de divulgação de dados sobre incêndio

A partir de agora, o Inmet será responsável pelo trabalho, por meio de seu novo “Painel de Monitoramento ao Risco de Incêndio”

por Sara Goldschmidt em 13/07/21 11:04

O governo federal decidiu excluir o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) da atribuição de divulgar os dados sobre alertas de incêndios e queimadas em todo o País. O órgão fazia esse trabalho há décadas, divulgando diariamente dados técnicos sobre o avanço do fogo e o volume queimado em cada região.

Queimada em área de mata próxima a Porto Velho, RO.
Queimada em área de mata próxima a Porto Velho, RO. Foto: Bruno Kelly (Amazônia Real).

A informação foi confirmada nesta segunda-feira (12) durante uma reunião realizada pelo Ministério da Agricultura, e divulgada pelo jornal ‘O Estado de São Paulo’. Segundo o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, o Inmet é o órgão que fará esse trabalho a partir de agora, por meio de seu novo “Painel de Monitoramento ao Risco de Incêndio”. A ferramenta vai monitorar e divulgar os locais com maior probabilidade de ocorrência de incêndios no Brasil.

Por meio de nota, o Ministério da Agricultura declarou que “a iniciativa se deu devido aos incêndios florestais e queimadas, que ocorrem normalmente de julho a setembro no Brasil central, ocasionando grande impacto ao meio ambiente, ao agronegócio e à economia brasileira”. E acrescentou: “Diante disso, o Inmet estrategicamente passa a monitorar o risco de incêndio para fornecer informações e possibilitar a adoção de medidas preventivas mais eficazes e econômicas”.

Segundo o diretor do Inmet, a divulgação feita até hoje teria problemas de integração de dados. “É um problema que o Brasil enfrentava há décadas, na verdade há mais de 40 anos, a pulverização na divulgação de dados sobre incêndio e meteorologia”, disse.

Ex-diretor vê manipulação de informações

Em entrevista ao jornal ‘O Estado de São Paulo’, o físico Ricardo Galvão, exonerado do cargo de diretor do Inpe pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019, após defender os dados de desmatamento da Amazônia gerados pela instituição, criticou duramente a decisão.

“Como brasileiro, fico muito triste com essa notícia. Sempre tive muita preocupação com cerceamento de dados. O trabalho feito pelo Inpe nessa área é reconhecido mundialmente”, disse Galvão. Na sua avaliação, trata-se de uma forma de controlar os dados que serão divulgados e de manipular as informações.

Lembrando que o Inpe é um órgão técnico ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia; já o Inmet é vinculado ao Ministério da Agricultura.

Desde 2019 o governo queria alterar o sistema e a divulgação de informações. Essa missão ficou a cargo do então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que queria alterar o sistema aberto de dados.

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