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“A morte de Ivan Ilitch” de Lev Tolstói está no Clube do Livro do My News

Livro está com 30% de desconto no site da Editora 34 para os membros do My News. O escritor russo é autor de obras primas da literatura.

por Myrian Clark em 06/06/22 19:55

Tolstói é o autor do livro do mês de junho do Clube do Livro MyNews

O livro A morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstói, publicado em 1886 e lançado no Brasil pela Editora 34, começa narrando a morte de um respeitado juiz. O título entrega o enredo do livro: a morte de Ivan. Mas é curioso pensar o quanto esta obra nos faz refletir sobre a vida. Quem escolhemos para compartilhar essa jornada? Em quais bases estão construídas as nossas relações? A leitura é uma experiência marcante e a elegância de Tolstói nos faz percorrer o livro de uma tacada só. O escritor Vladimir Nabokov considerou este romance uma das mais belas novelas já escritas. Ninguém fecha “A morte de Ivan Ilitch” sem olhar para os que estão à sua volta, sem se transportar, ainda que hipoteticamente, para o lugar de Ivan.  

O romance começa descrevendo detalhes constrangedores do velório e o mal estar causado pelas formalidades do ambiente. Tolstói escancara a nossa falta de jeito para esse tipo de “evento social”, descreve o que passa pela cabeça de quem está ali apenas cumprindo uma formalidade.  Na sequência, a obra nos leva a acompanhar a trajetória da carreira e da vida de um burocrata: o casamento, a ascensão na profissão, a compra de um imóvel, as relações familiares… Tudo parece estar caminhando dentro dos planos do protagonista, até que ele é acometido por uma doença que o maltrata com dores intermitentes e cada vez mais intensas. 

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Além de padecer fisicamente, Ivan vai se dando conta de que adoece sozinho. A relação com a família fica, a cada página, mais complicada. Ele passa por vários médicos, mas nenhum é capaz de ajudá-lo. Ivan reconhece nos profissionais da saúde a vaidade que ele mesmo já teve em sua posição de poder na sociedade. E é olhando para os insensíveis à sua dor que Ivan revê a sua moral. Mas nem todos são impiedosos. Ivan tem o filho caçula e Guerássim, um criado humilde, de bom coração e disposto a cuidar de Ivan. 

Não posso dizer que o “A morte de Ivan Ilitch” é uma leitura fácill. Nem acho que agradar o leitor seja o papel da literatura. Essa obra é marcante, transformadora. Você sairá dela com vontade de ser feliz, cercar-se de boas pessoas e ter mais qualidade nas relações. Além disso, se você não leu nenhum grande clássico dos russos, esse livro, fininho, pode encorajá-lo a ler obras de mais fôlego como “Guerra e paz” ou “Anna Kariênina”. 

Sobre o autor

Lev Nikoláievitch Tolstói nasce em 1828 na Rússia, em Iásnaia Poliana, propriedade rural de seus pais, o conde Nikolai Tolstói e a princesa Mária Volkônskaia. Em 1845, Tolstói ingressa na Universidade de Kazan para estudar Línguas Orientais, mas abandona o curso e transfere-se para Moscou e depois para São Petersburgo. Em 1851 alista-se no exército russo, servindo no Cáucaso, e começa a sua carreira de escritor, publicando os livros de ficção Infância, Adolescência e Juventude em 1852, 1854 e 1857, respectivamente. De volta à Iásnaia Poliana, funda uma escola para os filhos dos servos de sua propriedade rural. Em 1862 casa-se com Sófia Andréievna Behrs, então com dezessete anos, com quem teria treze filhos. Os cossacos é publicado em 1863, Guerra e paz, entre 1865 e 1869, e Anna Kariênina, entre 1875 e 1878, livros que trariam enorme reconhecimento ao autor. No auge do sucesso, Tolstói passa a ter recorrentes crises existenciais, processo que culmina na publicação de Confissão, em 1882, onde o autor renega sua obra e assume uma postura social-religiosa que se tornaria conhecida como “tolstoísmo”. Mesmo assim, continua a produzir obras-primas como as novelas A morte de Ivan Ilitch (1886), A Sonata a Kreutzer (1891) e Khadji-Murát (1905). Espírito inquieto, foge de casa aos 82 anos de idade para se retirar em um mosteiro, mas falece a caminho, vítima de pneumonia, na estação ferroviária de Astápovo, em 1910.

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