Professor aponta responsabilidade de polícia, Ministério Público e Judiciário no racismo institucionalizado
por Fabiana Novello em 19/02/21 15:39
O advogado e professor de direito da Universidade Federal da Bahia Samuel Vida, Ogan de Xangô do Terreiro do Cobre, afirmou que o racismo institucionalizado coloca em risco comunidades negras. Segundo ele, a política de segurança contribui para isso.
“O que existe de fato é uma política de segurança pública que é profundamente letal, baseada na ideia de policização violenta que confunde o direito à segurança pública com uma espécie de carta branca para uma ação policial desmedida, ilegal, acima de qualquer padrão de regulação civilizado, inclusive aquele que formalmente vigora no país”, disse em entrevista ao programa Almoço, do MyNews.
Ele explicou que os jovens são a maioria entre os mortos negros, o que impacta demograficamente, deixa famílias desestruturadas e afeta a comunidade. Também ressaltou que há “milhares de jovens negros condenados por crimes que não cometeram e tendo como prova apenas um reconhecimento mal conduzido”.
Na avaliação do professor, polícia, Ministério Público e poder Judiciário têm responsabilidade no racismo institucionalizado. “O que de fato põe em risco as comunidades negras é o racismo institucionalizado. É aquele que opera a partir de uma lógica invisível a primeira vista, não explicitamente anunciado em termos raciais, mas que produz um efeito racializado. A polícia não sai às ruas dizendo que vai matar negros, mas ela mata negro e mata muitas vezes de forma bárbara”. Ministério Público e poder Judiciário têm responsabilidade, segundo ele, quando avalizam essas ações. “O Ministério Público avaliza essas ações abusivas e ilegais, tolerando ou fazendo vistas grossas. E sobretudo o Judiciário que na fase de apuração judicial, de instrução, de coleta de provas, e no processo de julgamento reproduz grosseiramente essas manifestações preconceituosas e detrimentosas aos negros. Então temos um sistema que opera coletivamente”. disse.
Assista a íntegra da entrevista aqui:
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