Grupo desmonetizou em mais de R$ 14 milhões páginas que propagam notícias falsas, discursos de ódio e desinformação na internet
por Fernanda Oening em 22/05/21 12:24
O Sleeping Giants Brasil, um grupo liberal de ativistas digitais que atua na luta contra a propagação das famosas fake news, está completando um ano de atuação. Neste período, o grupo desmonetizou em mais de R$ 14 milhões páginas que propagam notícias falsas, discursos de ódio e desinformação na internet. Esses sites e perfis deixaram de receber por anúncios e visualizações.
De maio de 2020 até maio deste ano, o Sleeping Giants realizou 31 campanhas. O grupo alerta empresas que anunciam em páginas que espalham notícias e teorias falsas, além de pressionar outros serviços que remuneram esses sites, como plataformas de financiamento coletivo e de streaming de vídeo, entre elas o YouTube e a Twitch. A intenção é que as empresas, ao serem citadas publicamente nos perfis das redes sociais do grupo, deixem de financiar esses perfis por critérios de responsabilidade social e para evitar prejuízos às marcas.
“Destacamos o volume desmonetizado nesse primeiro ano de vida como uma forma de demonstrar a conscientização crescente de consumidores e empresas”, afirma Mayara Stelle, que, ao lado de Leonardo de Carvalho Leal, fundou o Sleeping Giants Brasil. “Somos parte de um movimento global e coletivo de cidadãos que expõe o financiamento do discurso de ódio e das fake news. Nosso objetivo sempre foi esclarecer para onde está indo o dinheiro de marketing aplicado em anúncios da internet. Muitas vezes as empresas nem sabem quais páginas estão financiando.”
Um exemplo, entre os casos de sucesso, é o do Banco do Brasil. Ainda no início da sua atuação, o grupo questionou a instituição financeira sobre seu anúncio no site do Jornal da Cidade Online, apontado por eles como um importante propagador de notícias falsas. Inicialmente, o Banco respondeu ao movimento afirmando que iria retirar a publicidade, mas uma hora depois, após os filhos do presidente Jair Bolsonaro anunciarem que a situação seria contornada, o setor de marketing do Banco, comandado por Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, emitiu uma nota dispensando o veto às propagandas.
O Tribunal de Contas da União (TCU) foi acionado e determinou que o Banco do Brasil suspendesse parte de suas campanhas digitais em sites, blogs e redes sociais, atendendo ao pedido do Ministério Público de Contas para abertura de investigação sobre suposta interferência na entidade por parte do então secretário de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, e do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
“O trabalho apenas está começando, há ainda muito a ser feito em relação ao combate à desinformação e ao discurso de ódio. O SGBR surgiu como um perfil no Twitter, se consolidou como um movimento e acreditamos que tem espaço para virar algo ainda maior. Representamos mais de 640 mil consumidores e não podemos parar, há ainda muitas empresas a se conscientizar”, finalizam os fundadores do grupo.
Assista à entrevista com Mayara Stelle e Leonardo de Carvalho Leal no Dinheiro na Conta de sexta-feira (21):
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