Um grupo de 61 organizações brasileiras enviaram uma carta à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com críticas ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e suas políticas públicas. Para o grupo, “as atuais políticas ambientais e de proteção de direitos humanos são incompatíveis com o que se espera de um país membro da OCDE”.
Entrar na OCDE é um dos objetivos declarados da diplomacia brasileira no momento.
Em entrevista ao MyNews, coordenadora do programa de Defesa dos Direitos Socioambientais da Conectas, Júlia Mello Neiva, afirma que a missiva foi enviada por uma “preocupação” com o desmonte de políticas públicas brasileiras e ataques a defensores dos direitos humanos
“Considerando que o Brasil está nesse processado de ser considerado um candidato para fazer parte da OCDE, nós pensamos que é muito importante que a OCDE esteja a par dessa situação que está ocorrendo hoje no país, porque sabemos que para fazer parte da OCDE você tem que ter políticas sólidas, robustas de proteção a direitos socioambientais e direitos humanos”, diz a integrante da Conectas.
Neiva também afirma que o recente conflito entre indígenas e garimpeiros na Terra Yanomami, em Alto Alegre, Roraima, é sintoma de um acirramento dos conflitos no campo. O episódio deixou três garimpeiros mortos e quatro feridos. Um indígena também ficou ferido.
Para Neiva, o cenário é de “gravidade enorme” e há risco de um “novo genocídio”. “Nós últimos três meses, foram três conflitos com tiroteios vindos da parte dos garimpeiros, em relação aos povos indígenas”, afirma.