Daniel Cordeiro destaca que existem semelhanças entre o vício em pornografia e a dependência química
por Thales Schmidt em 11/03/21 18:28
Expectativas irreais, insatisfação com o próprio corpo e efeitos neurológicos. O consumo de pornografia pode gerar graves afeitos adversos, afirma em entrevista ao Almoço do MyNews o psiquiatra Daniel Cordeiro.
Mestre em Psiquiatria pela Universidade de Londres, Cordeiro ressalta também que a educação sexual no Brasil é “muito pobre” e atravessada por tabus e questões religiosas. O especialista também destaca que papéis de gênero construídos desde a infância afetam a população.
Sobre a pornografia, Cordeiro avalia que existem duas maneiras de enxergar a questão: uma delas é ver a pornografia como algo que pode mostrar as possibilidades do corpo e novas formas de prazer, outra forma de encarar a questão é destacar a objetificação da mulher e a exibição de um tipo de sexo e de corpos irreais.
“Tem uma coisa muito ruim da pornografia atual que é muito parecida com a dependência química. A gente saí de uma droga mais simples e precisa de drogas mais fortes, intensas, isso é um caminho natural da dependência química, a gente saí do que seria a pornografia dos anos 1970, 1980, que seria mostrar o casal em um coito para o que a gente tem hoje, que é uma mulher e sete homens, violência”, avalia o psiquiatra.
Pesquisa realizada com a audiência do MyNews revelou que 23% disseram nunca consumir pornografia, 38% afirmaram consumir pornografia com frequência e outros 39% disseram consumir pornografia “de vez em quando”.
Ainda de acordo com Cordeiro, que é especialista em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a pornografia pode se tornar um vício, causar alterações no cérebro e aumentar a impulsividade de quem a consome.
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