Portugal tem oito candidatos à Presidência; veja quem são eles

Portugal se prepara para escolher o próximo presidente, que deve assumir o cargo em março do ano que vem e comandar o país pelos próximos cinco anos.

Nesta quinta-feira (24) terminou o prazo para que os candidatos formalizassem a candidatura no Tribunal Constitucional. A campanha começa em 10 de janeiro e a votação está marcada para o dia 24 — é possível, no entanto, antecipar o voto de 12 a 20 do mesmo mês.

Vale lembrar que o sistema de governo em Portugal é diferente do brasileiro. Lá o chefe de governo é o primeiro-ministro, não o presidente. O presidente é o chefe de Estado é o comandante das Forças Armadas e pode, inclusive, dissolver o governo e convocar novas eleições para o Parlamento. Que dizer, ele pode demitir o premiê, convocar eleições e indicar outra pessoa para o cargo.

Então, é o primeiro-ministro que coordenada o trabalho dos ministros, que representa o estado e presta contas para Assembleia da República, que tem 230 deputados. O primeiro-ministro, normalmente, é o líder do partido que elegeu mais deputados.

Os candidatos

Nestas eleições, 8 candidatos concorrem ao cargo de presidente. Veja abaixo quem são eles:

Ana Gomes: 66 anos, é jurista, foi deputada no Parlamento Europeu e diplomata — inclusive participou do processo de independência do Timor Leste. Ela é do partido socialista e tem o apoio de dois partidos: o Livre, que também é socialista, e o PAN, que significa pessoas, animais e natureza e está muito ligado, claro, às causas ambientais.

André Ventura: 37 anos, é deputado, professor universitário e foi comentarista de política e esportes na televisão portuguesa. Ele foi o fundador do Chega, um partido político considerado populista e nacionalista, criado em 2019 e que possui um assento na Assembleia —ocupado por ele próprio.

João Ferreira: 42 anos, biólogo, deputado do Partido Comunista Português, o PCP, no Parlamento Europeu, vice-presidente do grupo Esquerda Unitária Europeia, que reúne os partidos de esquerda da Europa no Parlamento Europeu. 

Marcelo Rebelo Sousa: 72 anos, é o atual presidente e tenta a reeleição (em Portugal é possível se reeleger uma vez). Filiado ao Partido Social-Democrata, ele é professor universitário, jurista, jornalista e comentarista político.

Marisa Matias: 44 anos, é eurodeputada, socióloga e pesquisadora licenciada da Universidade de Coimbra. É do partido Bloco de Esquerda.

Paulo Alves: 52 anos, empresário do ramo farmacêutico, é um candidato independente, sem partido.

Tiago Mayan: 43 anos, advogado, ele é membro fundador da Iniciativa Liberal, partido que foi fundado em 2017 e elegeu um deputado nas últimas eleições legislativas, no ano passado.

Vitorino Silva: conhecido como Tino de Rans – 49 anos, empreiteiro — ou como dizem em Portugal, calceteiro — e fundador do RIR. A sigla do partido, criado em 2019, significa “reagir, incluir e reciclar”. É um partido que se apresenta como sincrético, humanista, pacifista, ambientalista e europeísta.

Favoritismo de Rebelo

Chama a atenção a presença de vários partidos novos, criados a partir de 2017, que lançaram candidatos à Presidência — em um movimento semelhante ao que ocorreu recentemente no Brasil.

O movimento ocorre mesmo em um país com uma tradição de partidos de esquerda no poder — a coalizão que atualmente dá sustentação ao primeiro-ministro, António Costa, formada por socialistas e outros partidos de esquerda radical, é apelidada de “geringonça”.

“Está havendo um crescimento desse movimento mais populista na Europa. Mas pelo que tenho acompanhado a tendência é para a reeleição do Marcelo Rebelo”, apontou Demétrius Ribeiro, professor de Relações Internacionais da ESPM, em participação no Dinheiro na Conta da última quinta-feira (24).

Pesquisas mais recentes apontam para uma reeleição ainda em primeiro turno de Rebelo, com 60% das intenções de voto.