Este é um governo de bajuladores Política

Este é um governo de bajuladores


Os vinte por cento de eleitores que se mantêm fiéis ao presidente Jair Bolsonaro são um ativo cobiçado pelos seus auxiliares com pretensões eleitorais, que são em grande número e que ocupam cargos importantes na máquina administrativa. Independente do disparate das falas e ações do Presidente, lá estão eles, como gado, a bajulá-lo, mesmo sob pena de terem suas reputações enlameadas. Este é um governo de bajuladores.

Um governo composto de gente que coloca interesses individuais à frente do coletivo não poderia mesmo funcionar. Assim, entramos no quarto ano desse (des)governo sem que haja uma definição clara dos rumos para a educação, a saúde, a cultura, o meio ambiente, as relações internacionais e, até mesmo, para a economia. Um governo com um rastro de destruição.

A proposta do ministro Paulo Guedes de uma economia liberal para o País encontrou uma barreira formada pelo Congresso, por alguns ministros de estado e pelo próprio Presidente, que nunca se confessou um liberal no sentido econômico. Hoje, com a inflação e os juros na casa dos dois dígitos e com uma taxa desemprego que teima em não ceder, temos um Ministro da Fazenda enfraquecido, desacreditado pela maioria dos empresários, incapaz, até mesmo, de manter o teto de gastos herdado do governo Temer.

Agravada pela pandemia, a economia não cresce. Como consequência, a escassez de receitas somada ao teto de gastos levou os políticos a uma luta visceral por migalhas catadas nos 7% que restaram para despesas discricionárias do orçamento.  A busca de apoio no Congresso, inclusive para barrar as centenas de pedidos de impeachment do Presidente, conduziu o governo aos braços do Centrão, cuja figura mais proeminente no momento é o Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O perfil de Arthur Lira publicado pela revista Piauí (183 – Dezembro de 2021) escancara a forma de fazer política do Centrão, refletida na falta de transparência das emendas de relator, as chamadas RP9. De modo particular, a matéria da Piauí mostra a influência de Lira na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), uma autarquia cuja importante missão está sendo totalmente desvirtuada por interesses político-eleitorais.

Neste cenário desolador, só nos resta a esperança de que os candidatos às próximas eleições apresentem propostas sérias de um planejamento estruturado para conduzir este País no rumo do crescimento econômico com justiça social. O destino do Brasil, mais uma vez, estará nas mãos dos eleitores. Que sejam iluminados.

 

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