Horror! Horror! Horror!

Fim de semana triste este que passou. Embora não tenhamos tido notícias alvissareiras nos últimos tempos, houve duas que me marcaram particularmente pela crueldade envolvida. Um homem leva uma marmita para uma mulher em insegurança alimentar, leia-se, que passa fome. Filmando a entrega, pergunta à mulher em quem ela iria votar para presidente, Lula ou Bolsonaro. Com uma doce sinceridade, ela afirma: no Lula.

Não imaginava que o suposto ato caridoso estava condicionado ao voto no presidente Bolsonaro, candidato apoiado pelo falso bom samaritano que, sorrindo para a câmera e tendo a mulher ao fundo, numa posição de selfie, fuzila a mulher com a seguinte sentença: “essa é a última marmita que a senhora recebe! A partir de hoje, a senhora peça pro Lula, tá bom?”

O vídeo, depois de trafegar pelas mais diversas redes sociais, se tornou matéria da grande mídia. O MST anunciou que doará cestas básicas para a mulher por seis meses e muita gente comovida fez doações via pix.

Menos mal para esta mulher, que, apesar da humilhação sofrida, acabou consolada e acolhida por tantos.

Mas quantos podem estar sendo coagidos a votar no Bolsonaro em troca de continuar recebendo uma marmita, de terem seus empregos mantidos por empregadores bolsonaristas ou qualquer outro tipo de pressão? Infelizmente, esse tipo de coisa, que pensávamos não mais existir, está de volta, estimulada por um discurso de ódio, traduzido como “a luta do bem contra o mal”. Mas eu pergunto: onde está o mal?

E, como se não bastasse, tivemos outra noticia terrível neste fim de semana. Uma menina de 11 anos, do Piauí, engravidou pela segunda vez, vitima de estupro. Que horror!

Resta a esperança de tempos melhores.