Dias mais tarde, novo telefonema da produção do Jô me convidando para fazer parte de um grupo que ele chamava carinhosamente de “As meninas do Jô”.
por Maria Aparecida de Aquino em 08/08/22 11:15
No ano de 2006 recebi um telefonema de Anne Porlan (produtora do Programa do Jô) para participar de uma entrevista com Jô Soares. O Programa do Jô foi ao ar na TV Globo de 2000 a 2016. A simpática e extremamente competente Anne Porlan me fez muitas perguntas que serviriam para nortear a entrevista. Durante a nossa conversa falei sobre minha mãe que havia, quando solteira, trabalhado na Fábrica de Brinquedos Estrela e, nos levara, a mim e a minha irmã, ainda crianças, para conhecer seus antigos amigos. Na ocasião nos comprou uma “Boneca Amiguinha” que era assim chamada por possuir o tamanho de uma criança e, portanto, talhada para ser sua companheira. Observei que, em uma de minhas mudanças, acabara perdendo a boneca o que muito me entristecera.
Disse, também, de minha grande paixão por meu avô que nos acompanhava à missa todos os domingos e, na volta, quando passávamos por uma “bombonière”, fazia questão de parar e comprar barras de chocolate para nós. Quando chegava em casa, para brincar, dizia à minha avó: “Veja Ermelinda, eu não queria parar, mas as meninas insistiram”! Essa foi uma das razões de me ter transformado em incontrolável “chocólatra”.
Quando fui entrevistada, Jô conduziu uma conversa agradabilíssima, fazendo ainda referências a meu esposo que me acompanhara e a uma aluna querida que nos fizera companhia. No meio da entrevista fui brindada com uma “Boneca Amiguinha” que a produção havia procurado e conseguido num Hospital de Bonecas antigas e com chocolates que estavam ali à nossa disposição. Os chocolates foram consumidos rapidamente, mas, a “Amiguinha” se encontra até hoje, em minha sala, na cadeira especial em que só eu tenho assento.
Na saída cruzei com a atriz Luana Piovani que, gentilmente, disse haver gostado muito da entrevista e curtido minhas histórias e a quem cumprimentei pela extraordinária beleza.
Dias mais tarde, novo telefonema da produção do Jô me convidando para fazer parte de um grupo que ele chamava carinhosamente de “As meninas do Jô”. Fomos, inicialmente, para um bate-papo informal em que conheci as “meninas”. Na ocasião, se encontrava, deixando o programa, a jornalista Sonia Racy, com quem tive breve conversa. Tive oportunidade de conhecer aquelas que seriam minhas colegas no quadro: Ana Maria Tahan, Cristiana Lôbo e Lucia Hyppolito.
O quadro era gravado ao vivo, todas as quartas-feiras. Um luxo só! Um carro maravilhoso passava para me pegar em casa com um motorista extremamente gentil. Uma vez chegando, cada uma de nós tinha o próprio camarim com seu nome na porta e com todas as guloseimas que se possa imaginar.
Minutos antes de começar o programa, éramos chamadas ao palco e apresentadas ao público. Começava o debate, conduzido brilhantemente pelo Jô, versando sobre política nacional. Era um ano particularmente “quente”, pois iriam, brevemente, ocorrer eleições gerais. Eu acabava fazendo o contraponto no programa, pois, todas as colegas situavam-se mais ao centro enquanto eu era a nota dissonante, mais “à esquerda”. Tenho maravilhosas recordações desses debates, sempre muito bem-humorados e, apesar das divergências, extremamente cordatos. Em determinado momento precisei me ausentar do programa pois fui participar de um Seminário sobre Exílio na Sorbonne onde apresentei minha pesquisa sobre a Ditadura Militar. Como Jô sempre utilizava suspensórios, trouxe da França um suspensório para ele que, gentil como era, utilizou no programa seguinte.
Esta fase maravilhosa foi interrompida quando, devido à proximidade das eleições, ficavam impedidos programas de caráter político nos meios de comunicação.
Duas outras lembranças fantásticas. O grupo das “meninas” resolveu oferecer ao Jô um almoço, no local que ele frequentava, o badalado e incrível Restaurante Gero, pertencente ao grupo Fasano. Foi maravilhoso, desde a comida até à companhia!
Anne Porlan nos ofereceu sua casa para um jantar em que fomos todas e foi adorável. Todos estavam presentes, desde a equipe de direção até os participantes do Programa. Conversei bastante com o diretor Willem van Weerelt que se mostrou extremamente inteligente e agradável.
Desse período fica o contato com Myrian Clark que fazia parte da produção do Programa do Jô e que me convidou para colaborar como colunista do MyNews o que muito me orgulha.
Esta é a minha história: descanse em paz querido amigo!
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