Gestor de Renda Variável da Eleven fala sobre cuidados e oportunidades nas estreias de empresas na Bolsa de Valores
por Juliana Causin em 03/08/21 20:38
O primeiro semestre de 2021 começou movimentado com a chegada de empresas estreantes na Bolsa de Valores brasileira. Até julho, a B3 tinha contabilizado 39 IPOs, sigla em inglês para oferta pública de ações, quando uma empresa abre seu capital e emite ações. O número já supera todas as operações realizadas em 2020 e deve continuar avançando ao longo dos próximos meses.
No radar, as estreantes na Bolsa têm um universo de quase 4 milhões de investidores pessoas físicas. A expectativa é que o ano de 2021 termine com 80 a 100 ofertas públicas iniciais de ações, segundo Carlos Daltozo, co-head de Renda Variável da Eleven. “O Ibovespa [principal índice da Bolsa] ainda tem uma variedade limitada de opções. Até para acomodar os recursos das pessoas que estão entrando na Bolsa é interessante que novas companhias venham ao mercado para buscar financiar seu ciclo de crescimento”, avalia ele, em entrevista ao MyNews Investe.
“A gente vê algumas oportunidades interessantes: a Multilaser, a SmartFit e a própria Bluefit, que protocolou o seu IPO, uma concorrente [da SmartFit]”, diz ele. No caso da Multilaser, a oferta inicial de ações da empresa de produtos eletrônicos movimentou R$ 2,2 bilhões, com estreia no dia 20 de julho.
No caso da SmarFit, maior rede de academias da América Latina, a operação levantou R$ 2,3 bilhões, com estreia no mercado que aconteceu em julho. Quase um mês depois, a rival Bluefit – segunda maior rede de academias de baixo custo do país, anunciou a realização de sua oferta pública de ações, coordenada pela XP Investimentos. O IPO da rede deve acontecer entre outubro e novembro.
Daltozo destaca ainda o peso do setor de tecnologia entre as novas na Bolsa de Valores, além da Multilaser. Desde o início de 2020, 13 ofertas iniciais de companhias do setor foram feitas. Entre elas estão Locaweb, TC, Clear Sales e, mais recentemente, a GetNinjas.
“Nós tivemos um boom de empresas de tecnologia entrando na Bolsa no início do ano, com algumas subindo 100% no primeiro dia de negociação”, afirma ele. Daltozo alerta, no entanto, que é preciso ter cautela com os movimentos de euforia. “Às vezes muita gente fala de um IPO porque uma empresa do mesmo setor teve uma valorização expressiva no primeiro dia. Mas isso não significa que a outra vai ter também”, diz.
Para agosto, o mercado acompanha de perto aquele que deve ser um dos maiores IPOs da bolsa no ano, o da Raízen, gigante dos combustíveis e uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar e etanol do mundo. “É uma empresa integrada de energia, que foca num futuro verde”, diz Daltozo. A empresa encerrou na segunda-feira (2) o período de reserva de ações, quando os investidores compram os papéis da companhia a partir da oferta mínima estabelecida pela empresa – no caso da Ráizen (RAIZ4), de R$ 3 mil.
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