Negociados desde junho na Bolsa, os BDRs de ETFs tornam os principais índices estrangeiros mais próximos dos investidores brasileiros
por Juliana Causin em 28/07/21 16:09
Desde junho, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, tornou mais simples aos brasileiros investir em índices do mercado internacional. A partir dos BDRs de ETFs, com R$100, os investidores podem comprar cotas de índices de ações que vão dos Estados Unidos à Ásia, passando por setores mais específicos como os de tecnologia.
Em parceria com a BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, a B3 oferece mais de 60 opções desse segmento. Em resumo, quem investe em um BDR de ETF acessa um conjunto de empresas internacionais, compostas em um índice, com a compra de um único ativo.
“As BDRs são notas negociadas na Bolsa de Valores que têm como ativo subjacente uma ação ou um ETF listado no exterior. Quando o investidor compra um BDR de ETF, ele tem acesso a um ETF da BlackRock que é listado nos Estados Unidos ou em outro lugar do mundo”, explica Daniel Lobo, vice-presidente da BlackRock Brasil, em entrevista ao MyNews Investe.
O BDR (Brazilian Depositary Receipts) é a sigla para os recibos de ações ou fundos estrangeiros. Já o ETF (Exchange Traded Fund) é o fundo de investimento que tem como referência um índice – por exemplo, S&P500, principal índice da Bolsa de Nova York.
Lobo explica que essa é uma opção mais acessível para quem busca investir em um setor ou mercado específico no mundo. “É muito mais simples ter uma exposição diversificada a um mercado internacional a partir de um ETF do que comprar cada uma das ações que compõem um índice. A partir de um trade (negociação), o investidor tem acesso a uma carteira de dezenas de ativos do mercado”, acrescenta ele.
Outra vantagem dos BDRs de ETFs está no valor de entrada do investimento. “Os ETFs são fundos que servem a todos os investimentos. O preço que o investidor pessoa física vai pagar é o mesmo preço que o fundo de pensão ou o grande investidor está pagando. Essa estrutura de BDRs de ETFs faz com que o investidor tenha acesso de forma muito fácil aos mesmos instrumentos de investidores profissionais”, avalia Daniel.
O vice-presidente da BlackRock explica ainda que a oferta desses ativos têm crescido no Brasil à medida que avança também a regulação no país e a procura de brasileiros por investimentos lá fora.
O primeiro ETF ofertado pela BlackRock no Brasil foi o IVVB11, que segue o S&P500, índice que reúne as 500 maiores empresas negociadas no mercado americano. O IVBB11 é o código para iShares S&P 500 Fundo de Investimento, negociado na B3.
Desde então, a gestora já lançou 65 BDRs de ETFs. Entre eles, estão, BDRs de ETFs – que seguem índices ESG (com padrões sociais, ambientais e de governança), de tecnologia, de dividendos e até de REITs, os fundos imobiliários americanos, entre outros.
O BIYW39, por exemplo, replica o Dow Jones US Technology Capped, índice de empresas da indústria americana de tecnologia. O BFXI39 segue o FTSE China 50 ticker (FXI), índice com as 50 principais ações listadas em Hong Kong. A lista completa de BDRs de ETFs está na plataforma da B3, a Bolsa de Valores.
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