Ramagem mal aparece em gravação porque sabia do tom ‘pouco republicano’ da reunião, diz jornalista ABIN PARALELA

Ramagem mal aparece em gravação porque sabia do tom ‘pouco republicano’ da reunião, diz jornalista


A voz do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL) mal aparece na conversa gravada entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno e advogadas do senador Flávio Bolsonaro, porque ele sabia do tom “pouco republicano” da reunião e queria se proteger. Foi o que disse o jornalista especializado em política Fábio Matos ao Segunda Chamada de terça-feira (16). Para ele, o atual deputado federal agiu com cautela, mas todos sabiam que “estavam fazendo algo errado”.

De acordo com a Polícia Federal (PF), a reunião, que ocorreu em 2020, foi gravada por Ramagem sem o conhecimento dos demais participantes. Segundo a corporação, o objetivo do encontro era debater medidas para proteger o filho do ex-presidente no caso das “rachadinhas”.

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“É uma conversa que tem todos os indícios […] de uso de órgãos do aparato estatal para interesses privados”, afirmou Fábio Matos. “É uma suposta tentativa de blindagem do senador Flávio Bolsonaro utilizando a Agência Brasileira de Inteligência.”

O áudio foi encontrado durante a operação sobre a “Abin Paralela”, que investiga o uso do órgão para espionar opositores do governo Bolsonaro. Na última quinta-feira (11), o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo da gravação, pois entendeu que a divulgação parcial do conteúdo teria “potencial de geração de inúmeras notícias incompletas ou fraudulentas”.

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Após a repercussão, o ex-diretor da Abin se pronunciou nas redes sociais, alegando que Bolsonaro sabia da gravação e que o objetivo era registrar um suposto crime contra o ex-presidente. Na visão de Fábio Matos, a situação pode comprometer a pré-candidatura de Ramagem à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Veja a análise completa:

*Sob supervisão de Sofia Pilagallo

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