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90 DIAS

Alexandre de Moraes prorroga dois inquéritos ligados a Jair Bolsonaro

Investigações prorrogadas pelo ministro Alexandre de Moraes sobre a suposta interferência do presidente na PF e a atuação de milícia digital contra a democracia estão a cargo da Polícia Federal

por Sara Goldschmidt em 14/10/21 10:32

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (11) prorrogar por 90 dias dois inquéritos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido): o primeiro é sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF); o segundo, sobre a existência de uma milícia digital que teria atuado contra a democracia e o Estado democrático de direito.

As duas investigações estão a cargo da Polícia Federal e, no caso da “milícia digital”, a delegada Denise Dias Rosas Ribeiro já havia pedido a prorrogação na semana passada. No caso da interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF, o ministro Alexandre de Moraes tinha determinado, também na semana passada, que Bolsonaro fosse ouvido pela Polícia Federal em até 30 dias. As informações são do G1.

Ministro Alexandre de Moraes prorrogou por 90 dias inquéritos que investigam conduta do presidente Jair Bolsonaro/ Foto: Nelson Jr./SCO/STF

A apuração sobre a milícia digital busca encontrar indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria atuado contra a democracia, e que contaria com a participação de aliados do governo, como o influenciador Allan dos Santos. Há ainda a suspeita de que o governo dava dinheiro público para esses grupos.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, o encontro de Allan dos Santos com o presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), durante a passagem da comitiva brasileira pelos Estados Unidos em setembro, também está na mira da Polícia Federal.

Na ocasião, o deputado e o blogueiro chegaram a visitar a rede de direita Gettr, fundada por Jason Miller, ex-porta-voz de Donald Trump. Jason estava no Brasil e foi ouvido pela Polícia Federal enquanto Eduardo Bolsonaro e Allan dos Santos estavam no escritório da Gettr. A PF apura se a relação com aliados do ex-presidente americano é só pelo uso dos métodos de Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, ou se existe algum tipo de apoio financeiro entre os grupos.

Já o inquérito sobre a suposta interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal foi aberto depois que o ex-ministro Sérgio Moro, ao deixar o governo, acusou o presidente de tentar interferir na autonomia da corporação, solicitando relatórios de inteligência e pedindo trocas em seu comando.

Segundo Moro, Bolsonaro cobrou a troca do chefe da PF no Rio de Janeiro e exonerou o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, indicado por Sérgio Moro. Bolsonaro nega as acusações.

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