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Política

DENÚNCIA

Áudios apontam envolvimento de Bolsonaro em “rachadinhas”

É a primeira vez que o presidente é citado no esquema, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro

por Juliana Braga em 05/07/21 14:08

O portal UOL traz nesta segunda-feira uma série de reportagens com áudios inéditos que, pela primeira vez, trazem indícios de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro no esquema de “rachadinhas”, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. As gravações são do período em que Bolsonaro foi deputado federal, entre 1991 e 2018.

A prática de “rachadinha” consiste em pegar de volta parte do salário de assessores, o que constitui crime de peculato. 

Jair Bolsonaro sério
Reportagem do UOL cita o presidente Jair Bolsonaro em suposto envolvimento no esquema de rachadinhas.
Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

Em um dos áudios, revelados pela colunista Juliana Dal Piva, a ex-cunhada de Bolsonaro Andrea Siqueira Valle, fala especificamente do presidente. Ela diz que o então deputado mandou demitir o irmão dela, André, porque ele se recusava a repassar a maior parte do salário dele.

“O André dava muito problema, porque o André nunca devolvia o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, André devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim. Até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele, porque ele nunca me devolve o dinheiro certo” – diz Andrea no áudio.

Andrea e André são irmãos de Ana Cristina, ex-mulher de Bolsonaro. É o primeiro indício que aponta a participação direta do presidente no esquema investigado no Rio de Janeiro.

A reportagem do UOL traz também outro áudio inédito, da mulher de Fabrício Queiroz – homem de confiança de Bolsonaro e responsável por recolher o dinheiro -, na qual ela confirma que o 01 citado nos diálogos entre ela e a família é o presidente Bolsonaro, e não Flávio, que com frequência é citado dessa maneira por ser o irmão mais velho.

Márcia, mulher de Queiroz, diz o seguinte: “É que ainda não caiu a ficha dele que agora voltar para a política, voltar para o que ele fazia, tão cedo… Esquece. Bota anos para ele voltar. Até porque o 01, o Jair, não vai deixar. Não pelo Flávio, mas enfim…”

Andrea Siqueira Valle conta ainda que Queiroz não era o único coletor. Guilherme dos Santos Hudson, coronel da reserva do Exército e amigo de Bolsonaro, tinha o mesmo papel.

A reportagem do UOL não conseguiu contato com Andrea. Os advogados de Flávio Bolsonaro negaram as acusações. O Frederic Wassef afirmou se tratar de fatos inverídicos e chamou a gravação de clandestina. Os advogados Luciana Pires, Rodrigo Rocca e Juliana Bierrenbach também disseram que a gravação é clandestina e não compatível com democracias saudáveis.

CPI da Pandemia

O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que é “fundamental” o colegiado convocar a ex-cunhada de Bolsonaro. “Ela pode explicar se houve espelhamento do esquema das rachadinhas no governo federal.Como se sabe Carlos Bolsonaro é peça fundamental no ministério paralelo e Flávio Bolsonaro um influente filtro de indicações”, disse o senador.

Calheiros também destaca que o objetivo do depoimento de Andrea Siqueira Valle não é incriminar, mas esclarecer fatos. “Ela cita um coronel reformado. São muitos os indícios e testemunhos da participação de militares em irregularidades com as vacinas Covaxin e Astrazeneca”, diz o relator da CPI.

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