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Política

Mobilizações nas ruas

Carreatas em cidades brasileiras voltam a pedir impeachment de Bolsonaro

Atos deste domingo são puxados por grupos de direita, enquanto as carreatas de sábado foram apoiadas pela esquerda

por Rodrigo Borges Delfim em 24/01/21 13:21

Carreata em São Paulo pelo impeachment de Jair Bolsonaro, puxada por MBL e Vem Pra Rua
Carreata em São Paulo pelo impeachment de Jair Bolsonaro, puxada por MBL e Vem Pra Rua.
(Foto: Twitter/Vem Pra Rua)

Cidades brasileiras voltaram a receber neste domingo (24) carreatas que pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No sábado, as manifestações tiveram partidos de esquerda, agremiações sindicais e movimentos sociais como incentivadores.

Já os atos deste domingo são promovidos por grupos associados à direita, como o Vem Pra Rua e o MBL (Movimento Brasil Livre). Ambos, inclusive, protagonizaram as manifestações de rua pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Em São Paulo, a carreata puxada pelo Vem pra Rua começou às 10 horas, partindo da Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu. Depois de passar pela avenida Paulista e região do parque do Ibirapuera, foi encerrada antes das 13h.

Segundo a organização, o término foi determinado para não coincidir com o horário de fechamento dos portões para o segundo dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), também marcado para este domingo.

No Rio de Janeiro, a manifestação começou também pela manhã, na Avenida das Américas e na região central. Cuiabá (MT), Belém (PA), São José dos Campos (SP) e Poços de Caldas (MG) também registraram carreatas.

Outras cidades brasileiras têm carreatas previstas para o período da tarde.

Popularidade em baixa

As manifestações ocorrem em um momento no qual a popularidade de Bolsonaro apresenta forte queda, identificada por três pesquisas de opinião – Datafolha, Exame/Ideia e XP/Ipespe.

A mais recente a apontar queda na avaliação do presidente foi a pesquisa Datafolha, divulgada na tarde de sexta-feira (22). Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 40% da população, contra 32% que assim o consideravam na rodada anterior da pesquisa, no começo de dezembro.

Já a pesquisa Exame/Ideia, divulgada mais cedo na sexta, a aprovação do presidente caiu de 37% no levantamento anterior para 26%. E na segunda (18), levantamento da XP/Ipespe registrou reprovação a Bolsonaro em 40%.

Os resultados das três pesquisas coincidem com uma piora na percepção da atuação de Bolsonaro para enfrentar a pandemia de Covid-19. O caos na saúde no Amazonas, somadas aos atropelos internos e diplomáticos quanto às vacinas ajudam a alavancar a reprovação ao presidente e seu governo.

Impeachment à vista?

No entanto, também segundo a pesquisa Datafolha que apontou queda na popularidade de Bolsonaro, 53% dos entrevistados opinam que a Câmara dos Deputados não deveria abrir um processo por crime de responsabilidade contra o presidente.

O movimento em favor do impeachment, no entanto, começa a ganhar corpo na classe política. Além das manifestações em carreatas no final de semana, há 61 pedidos de impeachment contra Bolsonaro já protocolados na Câmara dos Deputados. Destes, nada menos que 54 deles foram feitos após o início da pandemia, em março de 2020.

Uma iniciativa intitulada Termômetro do Impeachment já mapeou 111 deputados federais que se manifestaram abertamente a favor do afastamento de Bolsonaro e 74 contrários. Há ainda 328 parlamentares que não se manifestaram sobre o tema, de acordo com atualização deste sábado.

Quando questionado sobre o tema, Bolsonaro tem recorrido aos céus em suas respostas. “Se Deus quiser, vou continuar o meu mandato, e, em 2022, o pessoal escolhe”, disse Bolsonaro a apoiadores na quarta-feira (20), diante do Palácio da Alvorada, a residência oficial presidencial.

No último dia 15, em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na TV Bandeirantes, Bolsonaro disse que “só Deus” o tira do Palácio do Planalto.

Em participação no programa Segunda Chamada, do MyNews, na última segunda-feira (18), a deputada estadual e ex-aliada Janaina Paschoal (PSL-SP) diz que vê “um caldo de cultura” se formar em torno de um processo de impeachment contra Bolsonaro.

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