Ícone buscar Ícone abrir menu

jornalismo independente

Política

SEGUNDA CHAMADA

Ciro Gomes concentra críticas em Moro e Bolsonaro durante entrevista

Para Ciro Gomes, Brasil virou ‘pária internacional por conta da política ambiental do governo Bolsonaro. O ex-ministro não poupou críticas ao atual presidente e ao ex-ministro da Justiça, a quem considera um ‘corrupto’

por Redação em 23/11/21 19:26

Entrevistado especial do Segunda Chamada deste dia 22, gravado diretamente de Portugal, o ex-ministro e pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) concentrou suas críticas ao ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro e também pré-candidato à presidência nas eleições de 2022, Sérgio Moro (Podemos), e ao atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Para Ciro Gomes, o Brasil virou um “pária internacional” por conta da política ambiental do governo Bolsonaro e devido à crise econômica em que o país foi colocado. Além disso, Ciro criticou a postura de Bolsonaro diante da pandemia do Covid-19 e na condução de ações para alavancar a economia do país.

Ciro Gomes
O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), foi entrevistado por Mara Luquet, Antonio Tabet, Lucas Mendes e Caio Blinder no Segunda Chamada gravado diretamente de Portugal

“O Brasil virou um pária internacional nos assuntos que importam: o manejo da questão ambiental. Nós saímos de um lugar de protagonistas globais para o lugar de grande bandido e com um presidente que mente descaradamente sobre dados que são disponíveis globalmente, através de acesso por satélite. (…) E você tem todo um conjunto de variáveis que a propaganda interna não engana os grandes formuladores, a (revista) Economist, os editoriais dos jornais, aqueles que leem o Brasil. O Brasil vai muito mal economicamente, vai muito mal no manejo do território, as notícias da degradação social, de violência são substantivas”, afirmou o pedetista.

Para o ex-ministro e ex-governador do Ceará, existem também questões “adjetivas” que passam pela figura do presidente Jair Bolsnaro e por sua forma de governar. “Adjetivamente, você tem um presidente que é um bandido. Desculpa, as pessoas acham que muitas vezes eu uso palavras muito duras, mas é um bandido, é um marginal”, afirmou Ciro, ressaltando a condução da pandemia pelo governo federal.

“Se no Brasil tivesse morrido na pandemia a média de pessoas do mundo, teriam morrido menos 480 mil pessoas. Essas 480 mil pessoas acima da média morreram pela atitude assassina, genocida de Bolsonaro. E as instituições brasileiras estão colapsadas, ou subornadas. No caso, o presidente da Câmara e a maioria dos deputados viraram marginais de uma quadrilha de assaltantes. Orçamento secreto – o que é isso?”, questionou.

Ciro diz que só será presidente se conseguir confiança da população

Questionado sobre seu principal defeito, Ciro disse que “precisa ser mais transigente com a realidade política posta no Brasil”. Sobre quais as qualidades de seus adversários políticos, Lula, Bolsonaro e Moro, o pedetista disse que a viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Europa foi boa para o Brasil e que consegue elogiar Lula, ao contrário de Bolsonaro e Moro – a quem chamou de corrupto. Disse ainda que o desejo de ser presidente segue uma condição: “Eu só quero ser presidente da República se eu estabelecer uma relação de confiança com a massa da popular brasileira. Então eu vou falar a verdade, não me importa a consequência”.

“Lula pegou o salário mínimo valendo 120 dólares e entregou valendo 320 dólares. Lula pegou o crédito como proporção do PIB com 15% e entregou com 57%. (..) Moro e Bolsonaro não dá. Moro é um corrupto. O stablishment, o sistema, agora quer fazer do Moro à força. Eles não aprendem nada. O Moro é uma filial deplorável do Bolsonaro. Em qualquer lugar civilizado que você diz: um juiz julgou um político, tirou dele os direitos políticos e em seguida foi ser ministro do político que ganhou as eleições que aquele político não estava participando por uma sentença dele. Isto é de uma ladroeira, de uma corrupção”, argumentou Ciro Gomes, citando a definição de corrupção passiva no Código Penal (aceitar promessa de vantagem indevida) e lembrando que Bolsonaro revelou que se reuniu com Sérgio Moro antes das eleições de 2018 e ofereceu ao então juiz de primeira instância o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

“Se isso não for vantagem indevida a qualificar corrupção passiva… temos agora o Supremo Tribunal Federal que diz que Moro é um juiz suspeito. Essa é a primeira dimensão. Quer ver outras? Nossa elite pirou. Moro destruiu a construção pesada brasileira – que não se faz. Vocês acompanharam a crise de 2008. Você manda prender as pessoas e salva as empresas e os trabalhos. Moro destruiu a Odebrecht e sabe onde ele trabalhava até ontem? Pra empresa norte-americana contratada para gerir a massa falida da Odebrecht. Tenha santa paciência! É um picareta!”, continuou.

Apesar de dizer que consegue elogiar o ex-presidente Lula, Ciro Gomes também fez críticas ao petista. “Lula faz uma aposta no ‘nacional-consumismo’. É o neoliberalismo, com a ideia vã, mentirosa, de dourar a pílula. Lula não mudou uma linha das instituições brasileiras. Quando terminou o período do mando do Lula, o Brasil tinha cinco pessoas concentrando a renda de 100 milhões de brasileiros mais pobres. A única mudança institucional [dos governos do PT] que Bolsonaro não destruiu foi a tomada de três pinos”, criticou Ciro Gomes.

Veja a íntegra da entrevista com Ciro Gomes ao Segunda Chamada no Canal MyNews.


últimos vídeos

Inscreva-se no Canal MyNews

Vire membro do site MyNews

Comentários ( 0 )

Comentar

MyNews é um canal de jornalismo independente. Nossa missão é levar informação bem apurada, análise de qualidade e diversidade de opiniões para você tomar a melhor decisão.

Copyright © 2022 – Canal MyNews – Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Ideia74

Entre no grupo e fique por dentro das noticias!

Grupo do WhatsApp

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo.

ACEITAR