Daniel Silveira passou a noite e a madrugada em seu gabinete para não colocar tornozeleira eletrônica, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
por Julia Melo em 30/03/22 11:48
Deputado Daniel Silveira. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
O deputado federal Daniel Silveira (União Brasil-RJ) dormiu em seu gabinete na Câmara dos Deputados na madrugada desta quarta-feira (30). A permanência no Congresso aconteceu para evitar que a Polícia Legislativa colocasse uma tornozeleira eletrônica nele.
O uso do equipamento de monitoramento foi decretado na sexta-feira (25) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que acatou um pedido da Subprocuradora-Geral da República Lindôra Araújo.
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A decisão aconteceu após Daniel Silveira participar de um evento público, onde encontrou outro investigado pelo Inquérito das Milícias Digitais, o empresário Otávio Fakhouri. E tanto aparições públicas quanto encontros com outros investigados estão proibidos para o parlamentar carioca. Segundo Lindôra Araújo, Silveira vem agindo contra a democracia e continua atacando o STF.
No fim da noite da terça (29) ele recebeu do deputado Luiz Lima (PL-RJ) um colchão para dormir. Lima publicou uma foto nesta quarta com Silveira tomando café de camisa, short e meia.
Também na noite de terça, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que nenhum apoiador do presidente fica para trás. Ela avisou que estava saindo de casa para encontrar o deputado na Câmara. Zambelli levou água, dois travesseiros, pizzas e afirmou que ficaria com o parlamentar ao longo da madrugada.
Tenho certeza que não estamos sozinhos, Daniel não pode perder a sua liberdade , não é apenas a liberdade do Daniel que está em jogo. Está em jogo a liberdade dos brasileiros que acreditam e confiam nos deputados que lutam pela verdadeira liberdade! pic.twitter.com/y7USxwau5F
— Luiz Lima (@Oficialluizlima) March 30, 2022
O deputado não estava usando o equipamento na terça, o que motivou Moraes a determinar a colocação imediata. Na nova decisão, Alexandre de Moraes diz que o pedido inicial de instalação da tornozeleira não foi atendido pela Polícia Federal (PF) nem pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro.
Diante da ausência desses órgãos, ele delegou a responsabilidade para a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, inclusive com validade para instalar a tornozeleira dentro das dependências da Câmara.
Apesar de ter o gabinete cercado, a decisão de Moraes não foi cumprida na terça-feira. Silveira discursou no plenário e disse que o ministro é um “medíocre que desonra o STF”. Ele recebeu apoio de outros parlamentares bolsonaristas, que permaneceram com ele após o fim da sessão.
Em entrevista concedida à Jovem Pan, o deputado disse que moraria nas dependências da Câmara. Segundo ele, na casa legislativa o deputado é soberano, então outro poder – no caso, o Judiciário – não pode fazer qualquer intervenção por lá. Ele criticou Moraes e afirmou que a decisão do ministro é ilegal.
Em 2021, Daniel Silveira passou sete meses preso após publicar um vídeo em que ameaçava fisicamente os ministros do STF. Como parlamentar, a prisão decretada pelo Supremo precisou passar por aprovação da Câmara. Agora, Silveira defende que a instalação da tornozeleira também seja votada pelos deputados e aguarda um posicionamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) sobre o assunto.
Confira mais notícias desta quarta-feira (30) na edição do Café do MyNews abaixo:
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