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Democratas preparam segundo pedido de impeachment de Trump

Democratas acusam Trump de incitar a violência contra o Capitólio. Pedido será feito restando poucos dias para o fim do mandato

por Hermínio Bernardo em 10/01/21 09:44

Um grupo de parlamentares democratas planeja apresentar um novo pedido de impeachment contra o presidente Donald Trump. O republicano pode ser o primeiro presidente da história dos Estados Unidos a enfrentar dois processos de afastamento. A expectativa é de que o pedido seja apresentado nesta segunda-feira (11).

O presidente dos EUA, Donald Trump, que deixa a Casa Branca no próximo dia 20 de janeiro
O presidente dos EUA, Donald Trump, que deixa a Casa Branca no próximo dia 20 de janeiro.
(Foto: Shealah Craighead/Casa Branca)

A iniciativa teve início após a invasão ao Congresso americano na última quarta-feira (6). A ação resultou na morte de cinco pessoas, entre elas um policial do Capitólio.

Apesar do novo pedido de impeachment, o afastamento de Trump é improvável já que o Partido Republicano ainda mantém a maioria do Senado, que julgaria o processo após a análise da Câmara, controlada pelos democratas. O presidente eleito, Joe Biden, toma posse no dia 20 de janeiro.

O pedido de impeachment pode aumentar a pressão para que a 25ª emenda seja acionada. O texto permite a remoção do presidente caso ele esteja inapto para exercer o cargo, sendo uma solicitação do vice. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, pediu para que o vice-presidente Mike Pence acione a 25ª emenda, mas Pence se opõe à ideia, de acordo com assessores.

Em discurso na Câmara, Pelosi chamou Trump de “desequilibrado” e declarou que é dever do Congresso proteger os americanos. A democrata também enviou uma carta ao principal comandante militar do país, Mark Milley, para discutir como evitar que o presidente inicie hostilidades militares ou acesse os códigos de lançamento para ordenar um ataque nuclear.

Recuo

Após incitar apoiadores a invadir o Congresso dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump deu uma guinada em seu discurso e adotou um tom bem mais moderado.

Embora ainda insista na acusação sem provas de que a eleição presidencial de novembro foi fraudada, o republicano agora diz que deixará a Casa Branca no próximo dia 20 de janeiro, dando lugar a seu sucessor.

“Agora, o Congresso certificou os resultados. Uma nova administração tomará posse em 20 de janeiro. Meu foco se volta para garantir uma transição de poder pacífica, ordenada e contínua. Este momento exige cicatrização e reconciliação”, disse Trump em vídeo publicado na noite de quinta-feira (7) no Twitter.

Banido do Twitter

Na noite desta sexta-feira (8), o Twitter apagou o perfil de Donald Trump. A página da campanha do republicano também foi suspensa.

É a primeira rede social a tomar esta medida. Facebook e Instagram suspenderam a conta de Trump por tempo indeterminado após a invasão ao Capitólio. 

O perfil de Trump no Twitter tinha quase 89 milhões de seguidores e era o principal meio de comunicação dele. 

“Após uma análise cuidadosa dos tuítes recentes do @realDonaldTrump e do contexto em torno deles, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitação à violência”, declarou o Twitter.

Depois de ser excluído, Trump usou a conta da Presidência para criticar o Twitter e até falou em construir uma plataforma própria. As mensagens também foram tiradas do ar. 

Repercussão negativa

Depois da invasão ao Capitólio, membros do próprio Partido Republicano, incluindo antigos defensores de Trump, se voltaram contra ele.

Capitólio, sede do Congresso dos EUA, durante a invasão
Capitólio, sede do Congresso dos EUA, durante a invasão.
(Foto: Redes sociais)

Grandes jornais, como Washington Post e The Wall Street Journal, defendem a saída de Trump do cargo, mesmo faltando poucos dias para ele passar o bastão a Biden. Líderes internacionais, incluindo aqueles com maior interlocução com o republicano, também fizeram críticas pesadas.

“Na medida em que o presidente encorajou as pessoas a invadirem o Capitólio e consistentemente lançou dúvidas sobre o resultado de uma eleição livre e justa, acredito que isso foi completamente errado”, disse em coletiva o premiê britânico, Boris Johnson, em coletiva na quinta-feira.

O coro foi reforçado pela chanceler alemã, Angela Merkel, também na quinta-feira. “Uma regra básica da democracia é que depois das eleições há vencedores e perdedores. […] Lamento muito que o presidente Trump não tenha reconhecido sua derrota desde novembro. As dúvidas sobre o resultado da eleição tornaram os eventos da noite passada possíveis.”

“Trump recuou porque ele percebeu claramente que a situação dele ficou muito complicada. Nunca o Congresso americano foi invadido por cidadãos norte-americanos”, observou o professor e coordenador do curso de Relações Internacionais da USP, Felipe Loureiro.

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