Sarkozy foi acusado de firmar um “pacto de corrupção” com advogado Thierry Herzog e ex-juiz Gilbert Azibert
por Vitor Hugo Gonçalves em 02/03/21 11:38
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi condenado a três anos de prisão. Ele é acusado de corrupção e tráfico de influência, mas ainda pode recorrer da sentença. O julgamento foi histórico, já que ele é o primeiro ex-presidente condenado.
O julgamento é referente a um caso de suborno no qual Sarkozy, em troca de informação privilegiada sobre uma investigação de sua campanha presidencial, ofereceu ao juiz Gilbert Azibert um cargo altamente cobiçado no Conselho de Estado de Mônaco.
O Tribunal Correcional de Paris, entretanto, decidiu que dois dos três anos da sentença estão isentos de cumprimento, sendo que os dois últimos semestres podem ser convertidos em prisão domiciliar ou até mesmo em vigilância com o uso de tornozeleira eletrônica.
O tribunal também declarou o advogado do ex-presidente, Thierry Herzog, culpado, impondo uma sentença semelhante, além de impedi-lo de exercer o ofício por cinco anos. O magistrado Gilbert Azibert, então membro do Supremo Tribunal, também foi igualmente condenado.
A deliberação do tribunal aponta que o episódio possui caráter de “gravidade particular”, tendo em vista que o ex-presidente usou seu cargo e seus relacionamentos para “seu interesse pessoal. Sobre Azibert, a condenação diz que o ministro desacreditou uma profissão cuja função é básica na democracia. A sentença do republicano ocorre duas semanas antes da abertura de um outro processo contra o francês, dessa vez por supostas irregularidades no financiamento de sua campanha presidencial de 2012.
Sarkozy foi condenado porque o tribunal de Paris entendeu que houve um “pacto de corrupção” entre o ex-presidente, seu advogado Thierry Herzog e o ex-magistrado Gilbert Azibert.
Quando presidente, Sarkozy solicitou ao então juiz da principal corte de apelação do país o repasse de informações confidenciais sobre o andamento de uma investigação que tinha o ex-presidente como principal investigado. Como recompensa, o juiz receberia ajuda para conseguir um cargo no Conselho de Estado de Mônaco, órgão simbólico que tem como função aconselhar o príncipe Alberto II em pautas relativas à segurança pública e à Justiça.
O caso envolve a empresária Liliane Bettencourt, herdeira da companhia de cosméticos L’Oréal, à época com 85 anos. Sarkozy foi acusado de se aproveitar da senilidade mental da gestora para obter doações acima do teto legal e, assim, financiar sua campanha eleitoral de 2007.
As provas foram obtidas por intermédio de grampos telefônicos em duas linhas pré-pagas, não oficiais, adquiridas com o nome Paul Bismuth. De acordo com a investigação, os telefonemas entre o ex-presidente e seu advogado revelaram a existência do acordo com Azibert.
Os promotores descobriram as conversas enquanto investigavam a acusação de que Sarkozy teria recebido auxílios financeiros do ditador líbio Muammar Gaddafi para financiar a campanha 2007— esse caso ainda não foi julgado.
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