Ex-presidente falou sobre política no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo
por Thales Schmidt em 10/03/21 17:16
O ex-presidente Lula (PT) discursou e concedeu coletiva de imprensa nesta quarta-feira (10) após recuperar seus direitos políticos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O petista afirmou ser vítima “da maior mentira da história jurídica em 500 anos de história do país”.
Na segunda-feira, o ministro Edson Fachin decidiu monocraticamente que a 13ª Vara Federal de Curitiba não era o foro adequado para o julgamento dos casos do ex-presidente. Com a medida, os processos foram remetidos para a Justiça Federal do Distrito Federal, as condenações foram suspensas e, portanto, Lula recuperou os direitos políticos.
“[Sergio] Moro sabia que a única forma de me pegar era pela Lava Jato. Eles tinham como obsessão, queriam criar um partido político. Mas a verdade prevaleceu”, disse Lula, que qualificou a Lava Jato como uma “quadrilha” e Moro como o “maior mentiroso da história do Brasil”.
O ex-presidente afirmou que teria motivos para ter mágoas, mas que prefere não as ter e anunciou ter solidariedade com as vítimas do “desgoverno” do Brasil durante a pandemia de covid-19. “Tome vacina. Tome vacina porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do Covid. Mas mesmo tomando vacina, não ache que você possa tomar a vacina e já tirar a camisa, ir pro boteco, pedir uma cerveja gelada e ficar conversando, não!”.
Lula também disse que seu partido “não pode ter medo de polarizar”, mas sim de “ficar esquecido”. “Polarização é importante, o que não pode é cometer o erro que o PSDB cometeu em 2014. Eles radicalizaram com ódio – nunca vi tanto ódio –, não querendo, depois, aceitar o resultado… Deu no que deu, em [Jair] Bolsonaro”.
O petista defendeu que o Brasil “tenha uma abertura política capaz de conversar” para conseguir buscar soluções na arena internacional para seus problemas.
“O Brasil não pode querer crescer cercado de países pobres, o Brasil deve crescer compartilhando seu crescimento com os vizinhos da América do Sul, compartilhando conhecimentos com a África – já que o Brasil tem uma dívida de 350 anos de escravidão, imensurável em dinheiro –, transferindo conhecimentos tecnológicos e científicos”, disse Lula.
Mesmo afirmando ter “certeza de que era possível vencer as eleições mesmo de dentro da Polícia Federal”, Lula não fez nenhuma menção explícita sobre se lançar candidato à presidência no pleito de 2022.
“Nós vamos discutir se vai ter candidato de frente ampla [de esquerda], se vai ter um candidato do PT, mas aí é mais para frente. Nós temos muita coisa para fazer antes de pensar em nós mesmos”, ponderou.
“Fiquei muito feliz porque depois da divulgação de tanta mentira contra mim, ontem acho que nós tivemos um Jornal Nacional épico. Acho que quem assistiu televisão não estava acreditando no que estava vendo. Pela primeira vez a verdade prevaleceu. Dita não por alguém do PT, dita pelo presidente da Segunda Turma do STF, no discurso do Gilmar Mendes, dita pelo Ricardo Lewandowski, e dita até pela Cármen Lúcia que nunca tinha visto nada igual aquilo”, afirmou Lula.
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