Moro não enxerga pontos positivos nos outros dois nomes que aparecem na frente das pesquisas; lembra o combate à corrupção e ainda não apresenta proposta econômica concreta
por da Redação em 20/12/21 23:30
Entrevistado especial do Segunda Chamada desta segunda (20), gravado diretamente de Nova York, o ex ministro da Justiça do governo Bolsonaro, ex juiz e pré-candidato a presidência da República, Sérgio Moro (Podemos) colocou o país em uma situação trágica, caso confirmada a reeleição de Lula ou de Bolsonaro.
“Parece que o brasileiro está caminhando para um enterro, onde ele só vai escolher a cor do caixão”, disse Moro, que tem o desafio de ser o primeiro candidato a aparecer em terceiro lugar nas pesquisas a ganhar uma eleição. Quanto a isso, ele não apareceu preocupado. Ressaltou que ainda faltam dez meses para a eleição e que confia no diálogo, apresentando o projeto para o povo e falando a verdade.
Questionado sobre o projeto, ainda não parece nada muito concreto. Ressalta que chamou um grande economista para a construção, o Afonso Celso Pastore, e que está sendo construído algo voltado para a macroeconomia, educação na primeira infância, política de emprego, erradicação da pobreza e combate do desmatamento da Amazônia. Sobre ter Eduardo Leite como vice no seu governo, pontua: “Eduardo não pode ficar de lado de qualquer planejamento político daqui pra frente, mas ainda é cedo pra falar algo”.
Quando indagado sobre o maior problema da atualidade, a inflação, ele colocou como principal caminho de resolução a recuperação da credibilidade fiscal, com uma trajetória crível para o mercado e redução da taxa de juros para impulsionar o setor privado que, para ele, é o que realmente move a economia. E, mais uma vez, não perdeu a chance de culpar a atual crise a Lula, pela recessão de 2014 e 2016, além de também culpar Bolsonaro pela má administração do país.
Enquanto aos outros dois pré-candidatos que estão na sua frente nas pesquisas, Moro não conseguiu enxergar pontos positivos neles, somente negativos. Lembrou dos casos de corrupção no governo do Partido dos Trabalhadores (PT), que ele colocou como “os maiores casos de corrupção da história”, e ainda culpou Jair Bolsonaro como “principal responsável pelo desmanche do combate a corrupção do país”.
Ao mencionar a Lava Jato, Sérgio foi enfático: “Me orgulho muito do trabalho da Lava Jato. O brasileiro sabe que a lava jato foi importante.”. Ele também comentou sobre ter sido considerado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos julgamentos do Ex-presidente Lula: “A gente tem que respeitar as instituições. Não concordo com o ataque a elas. Entretanto a gente pode criticar. Eu nunca tive parcialidade. Para mim, foi um erro judiciário histórico e nega o que aconteceu na Petrobras, que foi roubada”, conclui.
Ainda sobre o julgamento, ele nega que tenha acontecido para beneficiar a eleição de Bolsonaro, ressaltando que só veio falar com o presidente na ocasião da sua eleição, em primeiro de novembro de 2018. E ainda sobre a sua participação no governo como Ministro da Justiça e Segurança Pública, justifica: “Eu não o conhecia e havia uma esperança de dar certo, assim como ficou explícito nos votos de mais de 50 milhões de brasileiros. Ao conhecer, preferi sair e virar alvo”, complementou.
Sérgio Moro era o Ministro da Justiça e da Segurança Pública quando da ocasião do ataque terrorista à sede do canal humorístico Porta dos Fundos. Ao ser questionado o porquê de não ter dado nenhuma declaração sobre o assunto na época, ele colocou: “O governo do rio de janeiro que estava cuidando de toda a investigação. A gente não parou nada. Inclusive, ajudamos com o encaminhamento do pedido de extradição de um dos envolvidos. E também não conversei sobre com o presidente, entendendo que as instituições estavam funcionando corretamente.
Sobre o funcionamento das instituições, Moro confia na conduta delas, e crê que Bolsonaro não tem forças para romper com o procedimento democrático delas, apesar das ameaças. Por esse motivo, ele coloca o fim da reeleição do presidente como uma dos principais atos caso, eleito, prometendo fazer ainda no primeiro semestre de 2023.
Para alcançar tais feitos, ele foi questionado sobre alianças, e disse: “Tenho conversado com vários desses outros possíveis candidatos. A gente tem que pegar o melhor da direita, o melhor da esquerda, o melhor do centro e fazer o que é melhor para as pessoas. Hoje temos um governo que não funciona e um governo que não funcionou e quer voltar. Temos que fazer coisas novas.”
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