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Nise Yamaguchi é “médica medíocre” e “pouco respeitada”, diz Gonzalo Vecina

Professor da USP e ex-presidente da Anvisa avalia que defensora da cloroquina é “pessoa boa”, mas tem opiniões “ruins”

por Luciana Tortorello em 01/06/21 18:13

Para o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e fundador e ex-presidente da Anvisa, a médica Nise Yamaguchi está errada ao defender a cloroquina e a Ivermectina.

“A Nise como pessoa, é uma pessoa boa, eu a conheço. Essa pessoa é uma médica mediocre, ela tem opiniões ruins, ela é muito pouco respeitada pelos profissionais que atuam na mesma área em que ela atua”, relata Vecina em entrevista ao Almoço do MyNews.

Nesta terça-feira (1), Yamaguchi participou na CPI da Pandemia e insistiu na defesa da cloroquina como suposto tratamento contra covid-19 e relatou encontros com autoridades do Governo Federal. A médica defensora de tratamentos ineficazes também revelou que teve reuniões de um “conselho científico independente” com o empresário Carlos Wizard.

Ela não é só um equívoco em relação na tratamento precoce, infelizmente, ela também é um equívoco nas áreas em que ela atua na medicina”, diz Vecina.

O professor da USP também classificou como um erro a realização da Copa América no Brasil.

“Futebol é um ópio do povo. Eu mesmo, quando a gente foi retomar os campeonatos brasileiros, eu fui favorável, porque está difícil a vida e o brasileiro gosta de jogo, mas sem público. Mesmo assim, o que que acontece é que as pessoas vão nos bares assistir aos jogos coletivamente, as pessoas vão na porta dos estádios e aglomeraram para receber os seus jogadores. O que vai acontecer se a Copa América vier para o Brasil? A mesma coisa. Nós já estamos numa curva ascendente de número de casos e mortes, não precisava de um multiplicador, essa situação que nós estamos fazendo é um multiplicador. Eu acho que neste momento é um equívoco trazer a Copa América para o Brasil, acho que devia cancelar”, diz Vecina.

Sobre as manifestações que aconteceram no último sábado (29), Gonzalo vê que não é a melhor hora para fazer isso, que as aglomerações se formam e que mesmo com todos os cuidados e ambiente aberto, pessoas irão se infectar. Mas ele também vê que as pessoas estão no seu limite e que com o “desgoverno” que estamos vivendo, protestar seria quase inevitável.

“O Brasil está enfrentando muito mal essa situação por causa desse desgoverno, a não compra de vacinas impediu que o Brasil terminasse de vacinar no mês passado, em maio nós terminaríamos de vacinar a população, porque temos a capacidade de vacinar 70 milhões de pessoas por mês. Este governo é responsável por isso. E aí que nós, população temos de instrumento para nos colocar entre a sociedade é o protesto. Neste momento, o protesto é terrível, porque produz aglomerações e ao produzir aglomerações ele produz novos casos”, analisa o médico sanitarista.

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