Os holofotes estão todos direcionados ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que deve depor na próxima quarta-feira
por Sara Goldschmidt em 14/05/21 16:17
A Advocacia Geral da União entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal na noite desta quinta-feira para garantir a Pazuello o direito de ficar em silêncio, de ser acompanhado por um advogado e de não emitir juízo de valor, apenas responder a perguntas objetivas. Na peça de 25 páginas, o AGU André Mendonça argumenta que integrantes da CPI tem manifestado suas opiniões já em desfavor do ex-ministro, e que o habeas corpus visa impedir constrangimentos ilegais a Pazuello. Desta forma, será mais difícil o depoente cair em contradição, por exemplo, ou até mesmo se irritar.
E isso era tudo o que a oposição ao governo Bolsonaro esperava. Qualquer manifestação do ex-ministro que escancare a inércia do governo para a aquisição das vacinas contra a covid, que exponha os conflitos de interesses e traga à tona temas como a mudança na bula da cloroquina e a recomendação do fármaco para tratamento contra o vírus, a imunidade de rebanho e o aconselhamento paralelo, pode complicar a situação no Planalto.
Mas se Pazuello pode se blindar com o recurso de habeas corpus, outros dois depoentes da CPI estão dando dor de cabeça para o governo. O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, terá que explicar porque se empenhou tanto para garantir o fornecimento da cloroquina ao Brasil – mesmo sem comprovação científica para o combate à covid -, e não se esmerou para trazer as vacinas. O depoimento de Araújo está marcado para terça-feira, dia 18.
Já a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro – conhecida como a Capitã Cloroquina –, deve ser questionada sobre a missão em Manaus, confirmada por ela mesma ao Ministério Público Federal no Amazonas, a qual ela foi responsável pelo planejamento de uma comitiva de médicos que difundiu o uso da hidroxicloroquina. A missão aconteceu dias antes do sistema de saúde do Estado entrar em colapso. Mayra Pinheiro depões na próxima quinta-feira, dia 20.
Na semana seguinte, a CPI ouve três representantes de laboratórios farmacêuticos: Instituto Butantan, Fiocruz e União Química. Os senadores querem saber como se deu a negociação das vacinas com cada um deles. Pelo Instituto Butantan (CoronaVac), depõe o diretor Dimas Covas, pela Fiocruz (Astrazeneca), a presidente Nísia Trindade, e pela União Química (Sputnik V), o presidente Fernando Marques.
18/05 – Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
19/05 – Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
20/05 – Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde;
25/05 – Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan (Coronavac);
26/05 – Nísia Trindade, presidente da Fiocruz (Astrazeneca);
27/05 – Fernando Marques, presidente da União Química (Sputnik V).
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