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Sem apoio de partidos, deputados correm por fora na disputa pela presidência da Câmara

Além de Arthur Lira e Baleia Rossi, veja quem são os demais candidatos a disputar a Presidência da Câmara

por Vitor Hugo Gonçalves em 19/10/21 17:44

Dois nomes estão cotados para protagonizar a eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados, que acontecerá na primeira semana de fevereiro: Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e Baleia Rossi (MDB-SP), nome firmado pelo atual dirigente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O confronto, contudo, não configura uma disputa dicotômica na Câmara. Insatisfeitos com o denominado alto clero – parcela de parlamentares que interferem diretamente na rotina da Casa –, ao menos quatro deputados federais também ingressaram na corrida presidencial.

Alexandre Frota (PSDB-SP), André Janones (Avante-MG), Capitão Augusto (PL-SP) e Fábio Ramalho (MDB-MG) compõem o grupo dos concorrentes “órfãos”. Eles se lançaram sem o suporte formal dos próprios partidos, com o intuito de viabilizar novas alternativas ao pleito.

Plenário da Câmara funcionou virtualmente durante boa parte de 2020
Plenário da Câmara (Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados)

Com a palavra, os ‘independentes’

O PSDB de Frota oficialmente faz parte da frente de partidos que, ao menos em teoria, estão com Baleia Rossi. Eleito deputado pelo PSL, o agora tucano diz que candidatos que se lançam por conta própria, sem receber auxílio partidário e grandes investimentos, “jogam com o coração e a sorte”.

Frota afirma ter o voto, para além do próprio, de outros 5 correligionários, e que não está aficionado pelo resultado e escolha de outros colegas: “Quem quiser vota. Quem não quiser não vota”, explicou.

Já o Avante e o PL, partidos respectivamente dos candidatos Janones e Capitão Augusto, declararam votos a Arthur Lira.

Coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública, Capitão Augusto declarou que, estimulado por parlamentares da bancada temática armamentista, vem articulando sua candidatura há mais de um ano, visando a instituição de uma gestão que dê prioridade às pautas de sua frente política.  Ele estima obter por volta de 70 votos, provenientes das alas militares, bolsonaristas, do PL e de São Paulo, e assim chegar a um segundo turno.

Janones, por sua vez, diz que o “deslocamento da classe política com a sociedade” foi sua principal motivação para se candidatar ao cargo superior da Câmara. O “clamor popular não tem qualquer peso em tomadas de decisões no Parlamento”, justifica.

Deputado federal desde 2007, Ramalho diz trabalhar “há muitos anos” na campanha pessoal e conversar com 30 deputados por dia – entre os concorrentes autônomos, o mineiro é o mais otimista, calculando cerca de 190 votos, distribuídos por componentes de todos os partidos, exceto Novo, PSOL e PCdoB.

Ele nega diferenças com o correligionário Baleia Rossi, mas crê que a seção parlamentar é pouco democrática quanto a diluição de poder e discussão de pautas: “Vejo hoje uma Casa de poucos em que mais de 490 deputados [dos 513] não participam de nada, das decisões. Ficam alijados de tudo, do poder que os eleitores deram”. Ele promete rever esse cenário caso eleito para dirigir a Casa.

Novo e PSOL

Além destes, outros dois deputados entram na disputa representando partidos que optaram, ao menos oficialmente, em não fechar com nenhuma das candidaturas consideradas favoritas ao pleito.

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), aopiado oficialmente pela legenda, também concorre à ocupação presidencial, caracterizando-se como uma terceira via entre os 2 principais aspirantes.

Na tentativa de atrair parlamentares da esquerda que não admitem ficar ao lado de Baleia, o PSOL lançou Luiza Erundina (SP) como candidata. No entanto, parlamentares da legenda também cogitavam apoiar Baleia Rossi, o que indica uma cisão.

A grande quantidade de nomes colocados na disputa pode ocasionar um efeito de pulverização dos votos, resultando, assim, na possibilidade de um segundo turno – provavelmente entre Arthur Lira e Baleia Rossi.

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