Pesquisa do portal Poder 360º mostra que Bolsonaro pode ter se beneficiado de fase de armistício com o Poder Judiciário, avalia o jornalista Fernando Rodrigues
por Juliana Cavalcanti em 14/10/21 00:33
O Poder 360º vai divulgar nesta quinta (14) mais uma pesquisa de intenção de votos para as eleições de 2022 e de avaliação do governo e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os dados preliminares, revelados pelo jornalista Fernando Rodrigues em entrevista ao Quarta Chamada, do Canal MyNews, apontam para uma leve redução nas taxas de rejeição ao presidente, com estabilização do apoio junto ao eleitorado católico e apoio consolidado no eleitorado evangélico.
“Temos essa pesquisa nacional a cada 15 dias e a gente incluiu nesta rodada, que será divulgada nesta quinta, uma questão sobre a preferência religiosa. Faltam 14 meses e meio para terminar o mandato de Bolsonaro e ele está há pouco mais de um mês em armistício com o Poder Judiciário e com o Legislativo. Essa fase deu um certo refresco a ele nas curvas de rejeição e aprovação”, destacou Fernando Rodrigues.
O jornalista ressaltou que segundo o levantamento, o presidente Bolsonaro tem um apoio muito grande entre as pessoas que se declaram evangélicas e apresenta uma melhora de imagem em relação aos entrevistados que se declararam católicos, com um quarto de aprovação entre essas pessoas. “Não é um aumento expressivo, mas deu uma melhorada. Acredito que esse resultado é fruto de ele permanecer mais em silêncio, ciscar um pouco pra dentro dos que votaram em Bolsonaro em 2018 e estavam insatisfeitos com uma certa falta de educação – vamos chamar assim – do presidente”, analisou Rodrigues.
Mariliz Pereira Jorge ressaltou que pesquisa realizada pela revista Veja mostrou que o percentual de católicos que apoiam Bolsonaro é formado por pessoas ultraconservadoras, que apoiam questões como o monarquismo, anticomunistas e principalmente pessoas que valorizam as pautas conservadoras.
O jornalista do Poder 360º avaliou que os resultados não são um indicativo de que esses percentuais permanecerão sem alteração, haja vista questões com grande impacto junto à população, como a crise econômica, a alta no preço da gasolina e do gás de cozinha, o desemprego no país, a alta da inflação, entre outros fatores de instabilidade. Rodrigues avalia que Bolsonaro deverá usar de várias estratégias até as eleições para tentar garantir o segundo mandato, inclusive conceder o “Auxílio Brasil” num valor mais elevado do que possam permitir as contas públicas, em busca dos votos dos eleitores mais pobres.
O apoio dos evangélicos é importante para Bolsonaro e faz bancada no Congresso Nacional pressionar para a aprovação de André Mendonça para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O nome de Mendonça foi encaminhado para sabatina no Senado e aprovação do Congresso há 90 dias e até agora não há previsão de data para que o candidato a ministro seja sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) avaliou que compete, dentro do espírito republicano, ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), pautar a data para a sabatina. Ele não acredita que o presidente do Senado leve o assunto diretamente ao plenário.
“Os senadores é que devem proceder a esta sabatina – no que pese eu ser crítico à forma como os senadores se posicionam diante dos sabatinados, que infelizmente é pro foma. Você não tem história de recusa dos sabatinados. […] Nesse quesito, compete ao chefe do Executivo indicar a pessoa e a ela compete ter conhecimento jurídico e ser uma figura ilibada”, explicou Contarato, para completar:
“Agora, nós temos que entender que têm fatores políticas. Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi alçado à presidência do Senado por Davi Alcolumbre. Então, acho que levar direto a plenário sem passar pela CCJ ia ficar uma situação um tanto delicada politicamente. Vejo que Alcolumbre pode ceder e pautar a indicação de André Mendonça, sim”.
Na avaliação da jornalista Juliana Braga, a bancada evangélica deve aumentar a pressão para que a sabatina seja marcada pelo senador Davi Alcolumbre. A demora estaria repercutindo também na imagem do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
“Para a bancada evangélica, quanto mais Alcolumbre segura, mais Pacheco passa a imagem de fragilidade, de que é presidente do Senado, mas não consegue resolver uma questão desse tamanho. Bolsonaro não deve entrar em campo por Mendonça e também não deve trocar o nome. Antes que Pacheco interfira na CCJ, é possível que Alcolumbre tome a iniciativa de agendar a sabatina”, analisou Braga.
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