Prioridade deve ser construir programa, e não encontrar nome da chapa, diz Olívio Dutra

Para Olívio Dutra, o “campo popular e progressista” deve focar suas energias em construir um programa e uma agenda e não na definição do nome do setor na cabeça de chapa das eleições.

Ciro Gomes e lideranças do PDT já afirmaram publicamente que o ex-presidente Lula deveria abrir mão de sua candidatura e considerar adotar a mesma postura de Cristina Kirchner. Presidente da Argentina entre 2007 e 2015, Cristina é a atual vice do presidente Alberto Fernández.

Lula, por sua vez, lidera as pesquisas de intenção de voto e já afirmou em entrevistas que não descarta abrir mão da cabeça de chapa, mas acredita que o candidato deve ser “quem tem maior possibilidade de ganhar as eleições”.

“Na minha visão, não é hoje a principalidade definir candidatura, na minha visão a principalidade hoje é trabalhar um projeto integrado, integrador, de visão do país, nós termos um desenvolvimento mais parelho, igualitário, justo, humanizado e a relação digna e soberana do país no contexto mundial de um mundo globalizado pelo mercado e pelo dinheiro. Essa é a preocupação maior”, diz Dutra ao MyNews Entrevista.

Quadro histórico do PT, Dutra já foi deputado federal (1986-1989), prefeito de Porto Alegre (1989-1993), governador do Rio Grande do Sul (1999-2003) e Ministro das Cidades (2003-2005). Ele avalia que a candidatura presidencial de 2022 precisa ser definida de maneira conjunta e não ser uma decisão de “uma pessoa ou meia dúzia de pessoas”.

O ex-ministro destaca que Lula “não precisa tanto” do PT quanto o PT precisa do ex-presidente, mas a situação não é boa para nenhum dos dois.

“O que há, evidentemente, da elite tradicional e dos representantes da ditadura, real ou disfarçada, oficial e oficiosa, é que o PT está descartado e o Lula não tem que ser candidato. Evidente que existe isso até como uma projeção da ideologia da direita”, diz.