“Gabinete paralelo” atrasou as vacinas, diz Eduardo Suplicy

O vereador pelo PT-SP Eduardo Suplicy é autor do projeto de lei 10835 de 2004, que tem como objetivo garantir a renda mínima básica universal para todos. Em votação no dia 26 de abril, houve consenso entre os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o projeto seja encaminhado para o Presidente da República e começar a vigorar já em 2022. Em entrevista ao MyNews, o vereador explica porque sempre insistiu nesse projeto de lei. Ele também comenta sobre o andamento da CPI da Pandemia.

“Ainda que a lei diga que será por etapas, começando pelos mais necessitados a critério do Poder Executivo e da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, em nome de um morador de rua, Alexandre da Silva Português, 51 anos, epilético, colocou o mandado de injunção perante o Supremo, sendo impetrado o presidente Jair Bolsonaro, para que ele venha a regulamentar a lei e agora foi determinado pelo STF que sim o Presidente deverá regulamentar a lei no ano fiscal de 2022 e já dizer qual será a renda básica em 2022, qual será a renda básica para aqueles que estão em condição de pobreza extrema ou pobreza absoluta, e daí que deverão os poderes Executivo e Legislativo adotar as medidas administrativas e legislativas necessárias a atualização dos valores básicos e variáveis do Bolsa Família até chegarmos a renda básica incondicional de fato”, destaca o vereador.

Suplicy alega que a renda básica universal poderia redefinir as relações no mercado laboral, garantindo mais dignidade e liberdade para as pessoas, para que todos tenham renda suficiente para atender as necessidades vitais, para que essa pessoa não precise colocar sua vida em risco para conseguir seu sustento e de sua família. “A renda básica vai elevar o grau de dignidade e a liberdade de real para todos e por isso que eu tanto acredito nessa proposição”.

O ex-senador está acompanhando o andamento da CPI e comenta que a comissão é necessária para mostrar porque o país demorou tanto para assinar contrato de compra de vacinas e também por estar mostrando que existe um “gabinete paralelo” que cuidava desse assunto.

“O governo passou a ter um gabinete sombra paralelo, que dava as diretrizes, que inclusive atrasou significativamente o avanço da população que poderia já estar vacinada, em número muito maior do que o que está acontecendo presentemente. Então eu acho que se trata da importância de se responsabilizar o próprio Presidente da República, que não agiu com correção na administração do ataque ao covid-19”, analisa Suplicy.