Prisão é sinal de que a CPI não vai tolerar mais mentiras, diz cientista político

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), determinou) a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias. Aziz declarou que Dias mentiu durante o depoimento.

No início do depoimento, Dias disse que Luiz Dominguetti é um “picareta”. Dominguetti é um PM que estava vendendo vacinas e disse que Roberto Dias pediu propina de US$ 1 por dose de vacina.

Dias confirma a realização do encontro mas nega o pedido de propina. Dias disse que a reunião foi acidental. Ele afirma que tinha saído com um amigo para tomar um chopp quando Dominguetti chegou e ofereceu as doses da vacina. A negociação envolvia 400 milhões de doses da AstraZeneca.

Depois que a acusação veio à tona na semana passada, Roberto Dias deixou o cargo. Ele caiu em contradição durante o depoimento sobre como o encontro ocorreu. Áudios exibidos na CPI mostram que o encontro foi combinado e desmentem a versão do ex-diretor do Ministério da Saúde.

Omar Aziz disse que Roberto Dias omitiu informações da CPI e elaborou um dossiê para se proteger.

O cientista político e professor da FGV Cláudio Couto afirma que Omar Aziz passou um sinal para a sociedade sobre os trabalhos da CPI.

“A gente teria que imaginar uma imensa conspiração prévia que ele [Dominguetti] tenha gravado todos esses áudios para simular um encontro que ele faria depois. É uma história mirabolante demais. Dizer que encontrou o indivíduo por acaso, tomando chopp num shopping onde as pessoas que frequentam em Brasília dizem que sequer é um lugar que se vá para happy hour. Tudo é pouco verossímil. Em momentos anteriores, Omar Aziz não quis prender pessoas que claramente também estavam mentindo, mas dessa vez quis dar um sinal para a sociedade de que a CPI não vai tolerar esse tipo de comportamento”, explicou.