Em certos ministérios brasileiros se aplica a mesma lógica: quanto maiores os seus orçamentos, e mais precárias e difíceis as auditorias, haverá mais corrupção.
por Cândido Prunes em 23/06/22 12:21
Willie Sutton, um famoso gangster americano dos anos 1920/30, certa vez foi indagado por que assaltava bancos. A resposta foi simples é direta: “é por que lá está o dinheiro”. O bandido sabia do que falava. Ele teve uma extensa carreira, protagonizou diversas fugas espetaculares, recebeu várias condenações – até de prisão perpétua -, mas terminou seus dias, com quase 80 anos, em um pacato asilo na Flórida.
Quanto à corrupção em certos ministérios brasileiros se aplica a mesma lógica: quanto maiores os seus orçamentos, e mais precárias e difíceis as auditorias, haverá mais corrupção. Certamente os meliantes dos cofres públicos não tem consideração com ninguém: são capazes de desviar dinheiro da merenda de crianças pobres, ou de instituições médicas caritativas como uma Santa Casa, ou de um abrigo de sem-teto. Onde há dinheiro em abundância e com poucos controles, lá estão os corruptos como aves de rapina.
Essa seria uma das principais razões para desinchar o orçamento público. Ou ao menos descentralizá-lo o máximo possível. Com os recursos concentrados nas burras da União, assiste-se uma verdadeira romaria de políticos e lobistas a Brasília. A liberação dos recursos orçamentários da União (para teoricamente fazer o bem público) muitas vezes depende de canetadas lentas e pouco cautelosas.
Enquanto isso o cidadão brasileiro vem sendo escorchado de três formas, a fim de alimentar os abutres do orçamento: (i) impostos cada vez mais elevados; (ii) crescente dívida pública, exigindo juros elevados, o que compromete o crescimento econômico, a geração de empregos e o futuro das próximas gerações: e (iii) permanente inflação, decorrente da emissão de moeda pelo governo a fim de pagar seus credores.
A discussão sobre o fim da corrupção no Ministério da Educação poderia assim começar pela necessidade da sua própria existência.
*Cândido Prunes é advogado, pós graduado em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo e no programa executivo de Darden – Universidade de Viriginia, é autor de “Hayek no Brasil”.
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