A ginasta americana Simone Biles levantou o debate sobre saúde mental nas Olimpíadas de Tóquio. Ela é uma das maiores atletas do mundo, talvez até o maior nome do esporte mundial na atualidade ao lado de Lewis Hamilton e Naomi Osaka. Na fase classificatória em Tóquio, a ginasta deu um salto considerado ruim. Muitos até […]
por Hermínio Bernardo em 30/07/21 21:13
A ginasta americana Simone Biles levantou o debate sobre saúde mental nas Olimpíadas de Tóquio. Ela é uma das maiores atletas do mundo, talvez até o maior nome do esporte mundial na atualidade ao lado de Lewis Hamilton e Naomi Osaka.
Na fase classificatória em Tóquio, a ginasta deu um salto considerado ruim. Muitos até desconfiaram que ela teria sofrido alguma lesão, mas não. A própria atleta anunciou que desistiu das duas finais para preservar a própria saúde mental.
Simone Biles desistiu da final por equipes – em que as americanas ficaram com a prata e foi vencida pela Rússia – e da final individual geral, que teve a prata para a brasileira Rebeca Andrade. Apesar das falhas técnicas cometidas na classificatória, ela conseguiu vaga nas finais de todos os aparelhos.
Em uma postagem nas redes sociais, Simone Biles escreveu:
“Eu realmente sinto que às vezes tenho o peso do mundo sobre meus ombros. Eu sei que eu ignoro e faço parecer que a pressão não me afeta, mas às vezes é difícil”.
Ela revelou que, por causa da pressão e do esgotamento mental, sofre lapsos em que o corpo e a mente perdem a sintonia. Simone escreveu sobre isso nas redes sociais e chamou esses lapsos de “twisties”. Com isso, Simone perde o controle do movimento e a confiança, o que pode ser perigoso em um esporte em que se pratica acrobacias como a ginástica.
A equipe de ginástica dos Estados Unidos apoiou a atleta.
“Após avaliação médica adicional, Simone Biles retirou-se da competição individual geral final. Apoiamos de todo o coração a decisão de Simone e aplaudimos sua bravura em priorizar seu bem-estar. Sua coragem mostra, mais uma vez, por que ela é um modelo para tantos”, diz a nota divulgadas nas redes sociais.
Simone é uma atleta campeã e que precisa lidar constantemente com a pressão do esporte. Na primeira disputa olímpica, ela conquistou quatro ouros e um bronze em 2016 no Rio de Janeiro.
Outra estrela do esporte mundial é a tenista japonesa Naomi Osaka. Ela foi eliminada nas oitavas de final em Tóquio, resultado surpreendente já que era a favorita. A tenista já falou em várias oportunidades que enfrenta problemas emocionais e que acaba se sentindo vulnerável com a grande pressão.
Em comum, Naomi Osaka e Simone Biles são jovens (a japonesa tem 23 anos e a americana 24) e são atletas em que a expectativa é de perfeição em todas as competições. O maior nadador de todos os tempos, Michael Phelps, relatou sofrer depressão, ansiedade e até pensamentos suicidas durante a carreira por causa da pressão.
A questão de saúde mental não é exclusivo de pessoas famosas ou atletas de elite. Está em mim, em você e nas pessoas ao nosso redor. Um tema importantíssimo e a receita é falar sobre isso. Seja com amigos e familiares ou, se preciso for, com ajuda profissional.
Um exemplo disso está na literatura e trago como sugestão “A velocidade da luz”. A obra de Javier Cercas traz a história de um escritor espanhol e de um americano veterano da guerra do Vietnã. O militar ainda sofre psicologicamente com os traumas da guerra e o escritor usa as cartas do amigo para reconstituir os fatos e escrever um livro.
A obra levanta justamente esse debate que é necessário. Se precisar, procure ajuda de um profissional.
“Porque aqui estamos todos loucos, loucos e sozinhos, e sem nenhuma possibilidade de avançar ou retroceder, de perder ou ganhar, como se girássemos sem parar em torno de um círculo invisível traçado no fundo de um poço vazio, onde o sol nunca chega.”
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