Internacional

CONFLITO NA UCRÂNIA

‘Escutamos barulho de bombardeamento a cada duas horas’, diz ucraniana

Tradutora e pesquisadora ucraniana Olena Vladyka deu entrevista ao MyNews neste sábado (26), mas precisou sair da conversa de supetão. Ela está abrigada em uma cidade no oeste da Ucrânia ao lado família.

por Suzana Souza em 26/02/22 12:17

Tradutora e pesquisadora Olena Vladyka contou sobre situação de temor na Ucrânia. Foto: Reprodução (Youtube)

“Eu não me sinto segura, porque aqui a nossa vila fica perto de um posto de exército regular, a uns 30 quilômetros desse local. A noite nós escutamos o barulho de bombardeamento a cada duas horas. […] A única coisa que me ajuda um pouco é que estou com a minha família, estou com os meus pais, os pais do meu marido. Isso me dá um pouco do sentimento de segurança, mas segurança física não há”. 

O relato acima foi feito pela ucraniana Olena Vladyka, que saiu da capital Kiev, onde mora há oito anos, em direção à cidade dos pais no oeste do país. Olena é tradutora e pesquisadora especializada na língua portuguesa e deu entrevista ao MyNews na manhã deste sábado (26). A conversa, no entanto, foi interrompida após o marido de Olena avisar que aviões sobrevoavam a casa em que a família está abrigada. 

“O clima aqui é muito intenso, meu marido me informou que em cima da nossa casa temos muitos aviões, não sei se nossos ou russos”, disse a ucraniana antes da sua conexão com a internet ser interrompida. Alguns minutos depois ela postou em sua conta no Instagram vídeos que mostram a família escondida no porão da residência, aguardando a saída dos aviões. 

Olena em entrevista ao MyNews deste sábado (26). Foto: Reprodução (Youtube)

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Olena tem feito relatos em português sobre a situação da Ucrânia. Ela contou que mora na capital Kiev, mas que decidiu ir em direção à casa dos pais porque entendeu que Kiev seria um dos principais alvos dos russos durante as invasões.

“Na quinta-feira eu acordei de madrugada com os barulhos de bombardeamentos. […] Decidimos sair d e Kiev porque entendemos que talvez será o alvo dos russos. Estamos na casa dos meus pais que fica no oeste da Ucrânia mais perto da fronteira com a Polônia”, contou. 

A tradutora já não estava mais na capital quando grupos militares russos começaram a invadir a cidade. Segundo Olena, as informações oficiais são de que o exército russo não ingressou na capital ainda, mas que pequenos grupos de soldados com cinco ou dez pessoas.  

Um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais na sexta-feira (25) mostrou um tanque de guerra russo passando por cima de um veículo de passeio. De acordo com a Lupa, agência de fact-checking, o vídeo é verdadeiro e foi gravado no distrito de Obolon na quinta-feira (24). O motorista que estava no veículo foi resgatado com vida, segundo a agência.

“Um tanque de guerra ultrapassou o carro da pessoa, é uma loucura. Os meus amigos tem instagram eles filmaram isso do apartamento deles também”, disse Olena.

Resposta ucraniana

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyym publicou diversos vídeos em suas redes sociais neste sábado (25). Nas gravações, feitas em frente ao seu escritório de Kiev, o ucraniano disse que o pais não iria abaixar as armas. “Vamos defender nosso Estado”, falou.

Segundo Olena, o sentimento de seus familiares e amigos é de proteção e luta. “Nós temos filas nos postos [do exército] onde há muitos homens que querem se inscrever como soldados e protetores. […] E sim muitas pessoas tem procurado, aqui na minha vila todo mundo já foi lá dizer que estão prontos”, contou. 

“A recomendação do governo local é a partir de 18h30 apagar todas as luzes de casa”, relatou. A tentativa, conforme explicou a tradutora, é para tentar manter a população em maior segurança durante o período noturno. “O sentimento dos homens, do povo, de todos é de luta. Até eu penso em ir para alguma cidade vizinha para ajudar, fazer um chá ou café, só para ajudar as pessoas”, contou. 

O governo ucraniano determinou, a partir do decreto da lei marcial ainda na quinta-feira (24) – que estabelece a instituição das leis militares em detrimento das leis civis do país – que ucranianos do sexo masculino com idade entre 18 e 60 anos não deixem o país. 

Confira a entrevista na íntegra no Canal MyNews:

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