Objetivo é dar musculatura a uma candidatura de Moro à presidência em 2022, mas partidos resistem
por Juliana Braga em 30/09/21 18:18
Embora o ex-juiz tenha pedido até novembro para bater o martelo, as conversas para colocar a candidatura de Sérgio Moro de pé estão a pleno vapor. A presidente nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (SP), procurou presidentes de partidos do Centrão consultando sobre a possibilidade de aliança para 2022, como forma de dar musculatura à chapa e um verniz mais político. Esses dirigentes, no entanto, resistem à ideia e ainda veem Moro com bastante desconfiança.
Até o momento, Renata Abreu já conversou com os presidentes do MDB, Baleia Rossi, DEM, ACM Neto, Solidariedade, Paulinho da Força, e do Republicanos, Marcos Pereira. Ela tem feito consultas sobre a possibilidades de alianças e, até, nomes de vice para compor uma chapa.
As conversas não têm sido animadoras. Moro ainda é visto como um juiz que promoveu um clima antipolítico na condução da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Sua gestão no Ministério da Justiça, quando tentou avançar com pautas contrárias aos interesses dos parlamentares, também é mal avaliada.
O objetivo de Renata Abreu com essas conversas é justamente trazer para perto lideranças políticas consolidadas e dar um verniz mais pragmático a Moro. Segundo revelou a interlocutores, quer impedir que o ex-juiz seja visto como um novo Jair Bolsonaro que, por falta de traquejo político, teve um governo fraco e acabou sendo conduzido pelo Congresso. A aposta de caciques partidários é que, no próximo ano, após a pandemia, experiência em gestão será atributo importante para os eleitores.
Para entender as possibilidades da sua candidatura, Moro também tem conversado com representantes de institutos de pesquisa. Esta semana, ouviu de um deles que seu teto é 12%. O ex-juiz fica num limbo porque tem a antipatia dos petistas e a antipatia dos bolsonaristas, então fica muito espremido. E caso saia de fato, ele ouviu, inviabilizaria qualquer possibilidade de terceira via, porque fragmentaria demais os votos.
Por conta disso, o ex-ministro tem sido aconselhado a disputar o Senado pelo Paraná. Para ser viável, de acordo com seus conselheiros, ele precisaria anunciar a sua candidatura logo, por dois motivos. Primeiro para dar tempo de construí-la e de trabalhar sua imagem. Segundo porque, dessa forma, acabaria obrigando o governador Ratinho Júnior (PSD) a apoiá-lo. Ratinho está bem avaliado no Paraná, deve ter grande influência na escolha para o Senado, que, no próximo ano, terá apenas uma vaga.
E é neste ponto em que mora o maior desafio de Moro nesse seu plano B. Como só tem uma vaga, caso dispute o Senado, ele teria de tirar a vaga de Álvaro Dias, que foi justamente quem o levou para o Podemos e tem sido seu interlocutor. A única hipótese seria o próprio Álvaro Dias abrir mão da disputa.
Nesta quarta-feira (29), Moro jantou com o ex-ministro da Saúde e pré candidato à presidência, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Em entrevista ao Segunda Chamada, Mandetta apontou que Moro pode ser um fator novo do que chama de “melhor via”, capaz de sacudir o cenário.
“Figuras que estão ocultas neste momento podem surpreender com candidaturas. Eu não sei, por exemplo, o Sérgio Moro o que vai fazer. Ele não é filiado a nenhum partido político, não dialoga com a classe política e pode ser um fator nesta eleição. Amoedo (Novo) junto com Moro? Eu não sei o que pode vir, se pode vir uma decisão de candidatura”, avaliou Mandetta sobre o ex-colega de ministério no governo Jair Bolsonaro (sem partido).
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