Escritor Alberto Mussa lança ensaio sobre a origem do fogo

O escritor e pesquisador Alberto Mussa lançou o livro “A origem da espécie: O roubo do fogo e a noção de humanidade”, em que fala sobre o mito do roubo do fogo e como isso está ligado à evolução da humanidade. Mussa já teve suas obras traduzidas para mais de 15 idiomas e publicadas em 17 países.

O escritor destaca que o mito do fogo está presente em diferentes culturas e mitologias, desde a grega até na história de povos indígenas.

“Isso me fascinou de uma certa maneira, eu comecei a anotar, eu sempre tenho essa mania de anotar minhas leituras, lendo outras mitologias, então fui descobrindo essa coincidência, que vamos dizer assim, ela era universal, ela existe em todos os continentes, em diversos grupos étnicos linguísticos espalhados pela face da terra, os mais diversos entre si. Mais tarde quando eu comecei minha carreira de romancista, contista etc., essa coisa do roubo do fogo não me abandonou e eu, de certa maneira, precisei botar no papel as minhas reflexões a respeito disso”, conta o escritor.

O pesquisador começou a ler sobre genética das populações do mundo e chegou até a tese do geneticista italiano Cavalli-Sforza, que discorre sobre o que seriam nove macro conjuntos de populações, que seriam divididos entre nove grandes grupos genéticos. Todos esses grupos, diz Mussa, estão ligados ao roubo do fogo.

“Nós descendemos de uma única mulher ou de um grupo de mulheres que eram geneticamente idênticas, em todas essas linhagens derivadas de toda a humanidade viva, há histórias contadas em que o fogo é roubado. Então o fogo é o único bem cultural que tem em sua origem um roubo, diferentemente de outros bens culturais que normalmente são doados pelos deuses, demiurgos, heróis etc. Você tem uma série de versões, mas a história primordial, a história original da origem do fogo se conserva. Todo o livro é montado para, primeiro, demonstrar essa atividade, segundo, reconstituir a trama original, como teria sido essa história no primeiro momento em que ela foi narrada depois eu faço uma interpretação desse conteúdo”, relata Mussa.