Membros do canal têm 30% de desconto na compra do livro no site da Cia das Letras. A autora foi finalista do principal prêmio literário de língua portuguesa
por Liliane Machado em 07/07/21 15:19
O Clube do Livro do MyNews entra no ciclo de julho com uma nova obra e com a confirmação de um novo encontro entre leitores (27/7), além da Live com a autora (30/7). A obra selecionada para o julho é “O som do rugido da Onça”, quinto romance da escritora e historiadora pernambucana Micheliny Verunschk.
A obra joga luz sobre a história de duas crianças indígenas raptadas no Brasil do século XIX. A autora constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças – no livro batizadas de Iñe-e e Juri – arrancadas de sua terra natal. O livro retrata o drama vivido pelos povos originários, que se estende de forma estarrecedora aos nossos dias.
Para garantir as participações no encontro entre leitores, a live com a escritora e o desconto de 30% na compra do livro, é preciso ser membro do MyNews. Se já é membro, clique aqui para acessar seu código de desconto e conferir a programação dos eventos de julho.
Em 1817, Spix e Martius, naturalistas alemães, desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu. As anotações do zoólogo Johann Baptist von Spix e o botânico Carl Friedrich von Martius deram origem ao célebre relato “Viagem pelo Brasi”. Na versão dos exploradores, as crianças estavam sob o jugo dos “bárbaros”. No entanto, as evidências nos mostram o contrário.
Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, o leitor é apresentado também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição. Josefa é paraense, com um passado familiar infeliz, migra para São Paulo e busca reconstruir sua vida rasurando as próprias raízes. Mas isso muda quando ela tem notícia, por meio de uma visita casual à mostra da Coleção Brasiliana do Itaú Cultural, dos retratos e do destino trágico das crianças indígenas, em especial as duas crianças que chegaram vivas a Munique. Josefa se identifica com a menina Iñe-e, de 12 anos, e começa um processo de tomada de consciência de sua própria condição.
O professor de teoria literária da Unicamp, Alcir Pécora, em artigo para a Folha de S. Paulo, diz que a prosa de Micheliny é poética, entremeada pela estranheza, o colorido e a sonoridade de palavras indígenas. “Em termos literários, o principal recurso aplicado por Verunschk é o do “fluxo de consciência”, que simula o que iria pela cabeça dos indígenas exibidos como curiosidades a gentes desconhecidas. A forma como ela o faz não é primária, nem tributária de uma representação literal. Basicamente, opta por uma prosa poética, entremeada pela estranheza, colorido e sonoridade de palavras indígenas, que, por vezes, surgem como onomatopéias dos animais e ruídos da floresta”, diz Pécora.
O livro é ancorado numa rica pesquisa documental. Uma obra sem paralelos na literatura brasileira que trata de memória, colonialismo e pertencimento.
“Um romance que expande as fronteiras da arte literária ao trazer memória, argumentos antropológicos e o melhor que a ficção pode nos oferecer.” – Itamar Vieira Junior, autor de Torto arado.
“Palavras mágicas com poder de criar mundos. Muito bom de ler.” – Ailton Krenak, líder inídgena, ambientalista, poeta e escritor.
MICHELINY VERUNSCHK nasceu em 1972, em Pernambuco. Escritora e historiadora, venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida (Patuá, 2014), foi duas vezes finalista do Prêmio Rio de Literatura, além de finalista do antigo Prêmio Portugal Telecom, hoje Prêmio Oceanos.
O Oceanos é um prêmio que contempla toda a literatura em língua portuguesa. Concorrem a ele obras publicadas em todos os países lusófonos – Portugal, Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde dentre outros- e mesmo em países não lusófonos, abarcando obras publicadas em português em outros países como Espanha, EUA e Alemanha. Diferentemente de outro prêmio internacional, o Prêmio Camões, -que é uma espécie de Nobel da língua portuguesa e que avalia o conjunto da obra-, o prêmio Oceanos sempre avalia as obras publicadas na primeira edição no ano anterior.
Para o ano de 2021, por exemplo, só são aceitas inscrições de livros de 2020.
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