Cultura

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Sinônimo de coletividade, isso é o hip hop

Há 50 anos, acontecia a festa que mudaria a história da cultura

por Kethilyn Mieza em 01/09/23 16:52

Matheus Farias/@corujaurbano

Foi lá no Bronx, durante os anos 70, que o DJ Kool Herc resolveu dar uma festa e teve a brilhante ideia de mixar estilos e trazer ao mundo uma nova forma de  ver a música. Desde então, o som é a base do hip hop, é o resultado da combinação da voz dos MC’s com o beat dos DJ’s, mas além disso, é a peça-chave para a dança dos bboys e das bgirls, e ainda é a trilha sonora dos grafiteiros.

Se o som que representa o hip hop é o rap, o breaking pode ser interpretado como o “rap dançado” e o grafitti seria o “rap pintado”, cada um em sua forma, trazendo a leveza das letras que muitas vezes são um grito que estava guardado no coração do poeta, porque rap também é poesia.

O hip hop é a transformação de São Paulo, essa cidade cheia de sons diferentes, mas que respira a arte e a diversidade das cores em seus prédios e avenidas. E nessa metrópole, o legado da cultura que veio do Bronx é inestimável.

É impossível falar do hip hop sem mencionar a palavra coletividade, porque o pensar do hip hop é coletivo, os MC’s falam não só por eles, mas por meio da voz faz a tradução de  sentimentos e revoltas guardadas dentro de uma parte marginalizada dessa loucura que chamamos de mundo. Vemos coletividade nas batalhas de breaking onde, mesmo sem perceber, estão uns torcendo pelos outros de maneira sincera. Porque, afinal, batalha é só um termo, o nome desse rolê devia ser festa. 

E falando em festa, não tem como não lembrar do DJ quando pensamos em coletividade, é ele quem pensa em todos quando toca um som e fica feliz quando vê a galera reagindo a uma música “pesada”. E o grafitti, se mostra coletivo a todo momento, quando o artista faz seu desenho pensando em cada um que vai passar pela rua que vai receber aquela obra. O hip hop é coletivo, por isso as histórias precisam ser compartilhadas, para fortalecer todos aqueles que ainda estão começando essa luta.

O “beat” traça histórias de pessoas que contribuem e vivem para que o hip hop permaneça vivo e crescendo cada vez mais. São jovens e adultos de todos os gêneros, pessoas que, independentemente dos rumos que tomaram em suas vidas, tiveram o hip hop como ponto de partida para dar passos largos em busca de seus ideais. E o berço dessa cultura é o pátio da estação São Bento do Metrô de São Paulo, o coração do movimento, um ponto de encontro para os artistas. Muitas das histórias se cruzam e, em algum momento, se encontram neste local.

E não posso deixar de contar que foi por meio da dança que o hip hop me cativou. São nos estúdios de dança que os movimentos contam histórias e passam a fazer parte do que somos, mas é no palco que a gente consegue traduzir todas aquelas horas incansáveis de ensaios e ver a reação de cada um ao serem tocados pelas vivências que são movidas por esse amor, o amor pela arte. 

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