No palco do GilmarPalooza, Xandão tem seu dia de Anitta.
Pre-pa-ra, que é hora do show dos poderosos.
Às oito da manhã, a Alameda da Universidade já lembrava os acessos de Interlagos em dia de festival: buzinas, vans com vidros escurecidos, motoristas confusos, black tie em clima de micareta institucional. O engarrafamento dava a temperatura do dia no palco do Fórum de Lisboa.
Quase três mil pessoas, a maioria brasileiros, se acotovelavam entre credenciais e cafés expressos. Ministros do Supremo, deputados, empresários e candidatos a tudo disputavam espaço como se estivessem no gramado premium de um show do Coldplay. Mas quem reinava mesmo era ele: o Paul McCartney do STF, Alexandre de Moraes.
Xandão é o headliner do GilmarPalooza. Onde passa, para. Onde para, forma-se fila. A cada passo, uma selfie. A cada selfie, um suspiro. Duas moças, ao vê-lo no auditório, não se contiveram: “É ele, é o Xandão!” — como se vissem Harry Styles de toga.
O Fórum de Lisboa, com curadoria do IDP e fundado pelo ministro Gilmar Mendes, virou um evento pop e, como todo bom festival, tem lineup com temas que batem no coração do brasileiro: segurança pública, inteligência artificial, redes sociais, orçamento e, claro, a eterna saga do dinheiro público.
Nos corredores, o clima era de Lollapalooza cívico: ministros circulando como DJs convidados, parlamentares em modo influenciador, e empresários atentos às letras das canções institucionais entoadas nos painéis. Mas era Xandão quem dava o beat. Com o carisma de quem derruba fake news no café da manhã, ele flanava entre juízes e assessores como uma diva jurídica em tempo de bis.
E se Gilmar é o fundador da festa, o mestre de cerimônias que uniu o erudito e o popular, Moraes é a estrela que o público quer ver de perto, tocar, ouvir, e por que não? — seguir. Com segurança reforçada e charme de roqueiro constitucional, ele conseguiu o que poucos conseguem: transformar o tédio das formalidades jurídicas em performance.
Porque no GilmarPalooza, quem dita o ritmo é o voto. E Xandão, bem… ele já tem o repertório afinado para todas as multidões.
Por Mara Luquet, de Lisboa (Portugal), especial para o Canal MyNews.