IPCA-15 tem maior alta para o mês de julho desde 2004, com pressão dos preços da energia elétrica e dos combustíveis
por Juliana Causin em 18/10/21 10:06
Considerado a prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15 teve alta de 0,72% em julho, segundo divulgou nesta sexta-feira (23) o IBGE. O resultado veio acima da expectativa dos analistas, que apostavam em uma alta de 0,64%, de acordo com sondagem da Reuters.
O indicador foi puxado principalmente pelo aumento de 4,79% da energia. O custo adicional para os brasileiros veio com a mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que está em vigor. Em junho, o governo reajustou em 52% o valor adicional da bandeira tarifária, que passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh.
Pesou nas contas das famílias neste início do mês também o preço dos combustíveis. Apesar de uma desaceleração no ritmo de alta, o aumento da da gasolina de 0,50% acabou pesando no resultado do IPCA-15. Em 12 meses, o combustível já subiu 40,32%.
Além da energia e da gasolina, o resultado da prévia da inflação foi pressionado também pela alta nos preços do gás de botijão (3,69%) e do gás encanado (2,79%). O combo fez com que a inflação do grupo Habitação subisse 2,14%.
Outro destaque na pesquisa foi o grupo de Transportes. A alta foi de 1,07%, com a disparada dos preços das passagens aéreas em 35,64%, diante do início de recuperação do movimento aéreo no país.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, apenas dois tiveram queda: saúde e cuidados pessoais (-0,24%) e comunicação (-0,04%). O grupo de alimentação e bebidas teve alta de 0,49%, com destaque para as altas do leite longa vida (4,09%), do frango em pedaços (3,09%), das carnes (1,74%) e do pão francês (1,81%).
Em entrevista ao MyNews Investe, a professora de finanças da FAAP, Virginia Prestes, destaca que a inflação afeta em especial a população mais pobre. “Principalmente porque a gente está falando da inflação de alimentos, no ano passado, e agora de custos de Habitação, que afeta todo mundo, mas em especial as pessoas de menor renda porque basicamente toda a renda é destinada aos custos de subsistência”, avalia.
Com o resultado de julho, o IPCA-15 acumula alta de 8,59% em 12 meses. O nível de inflação eleva a pressão para a subida de juros pelo Banco Central, que trabalha com o teto da meta da inflação a 5,25%. “Se a inflação continuar acelerando a gente deve ver inclusive aumento das taxas de juros, inclusive além do que o mercado está esperando, que é em torno de 7% no fim do ano”, diz.
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